ONU pede que Talibã anule "medidas opressoras" contra as mulheres no Afeganistão
China, Rússia, Gana e Moçambique não assinaram o comunicado
Onze países-membro do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas pediram ao Talibã nesta sexta-feira (13) que suspenda "todas as medidas opressoras" contra as mulheres no Afeganistão, em uma reunião a portas fechadas para discutir a situação do país.
"Pedimos ao Talibã que anule todas as medidas opressoras contra as mulheres e jovens", disse o embaixador japonês Ishikane Kimihiro à imprensa, em nome de 11 dos 15 membros do Conselho (Albânia, Brasil, Equador, França, Gabão, Japão, Malta, Suíça, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos).
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China, Rússia, Gana e Moçambique não assinaram o comunicado.
Os países solicitam que o Talibã "respeite os direitos das mulheres e jovens, assim como sua participação e inclusão plena, igualitária e significativa em todos os campos da sociedade, política, economia, educação e em locais públicos".
A declaração faz referência à exclusão das mulheres e jovens de escolas e universidades e à proibição do trabalho em organizações não-governamentais nacionais e internacionais decretadas pelo governo do Afeganistão, que defende uma visão ultraconservadora do Islã.
Esta proibição fará com que as ONGs sejam "incapazes de chegar às pessoas, sobretudo mulheres e jovens, que mais necessitam de materiais e serviços", acrescenta o comunicado.
Várias organizações humanitárias decidiram suspender suas atividades devido à medida anunciada no dia 24 de dezembro pelo governo afegão. A ONU, por sua vez, decidiu continuar com suas operações no país.
"A situação das mulheres e jovens no Afeganistão deve permanecer no topo da agenda do Conselho de Segurança", recomendam as nações que apoiam a declaração.
O Conselho se reuniu a portas fechadas nesta sexta para abordar a situação do país e discutir "uma resposta internacional em conjunto sobre as ações do Talibã", disse a embaixadora britânica Barbara Woodward em seu Twitter.
"Nosso objetivo é impedir uma catástrofe humanitária e enfatizar as proibições que afetam as mulheres e jovens", acrescentou.