ONU protesta contra EUA por "vigilância" de secretário-geral
Segundo os documentos vazados, os EUA ouviram conversas de Guterres, assim como de outros responsáveis da ONU, em particular sobre a Ucrânia
As Nações Unidas expressaram aos Estados Unidos sua "preocupação" com as informações da imprensa sobre a "vigilância" das comunicações do secretário-geral António Guterres, disse nesta terça-feira (18) seu porta-voz, que as chamou de "ações contrárias às obrigações" americanas.
"A ONU expressou oficialmente ao país anfitrião sua preocupação com os recentes relatórios que indicam que as comunicações do secretário-geral e de outros altos funcionários da ONU foram objeto de vigilância e interferência por parte do governo dos Estados Unidos", declarou o porta-voz Stéphane Dujarric.
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Acrescentou ainda que a organização “deixou claro que tais ações são incompatíveis com as obrigações dos Estados Unidos em relação à Carta da ONU e à Convenção sobre os Privilégios e Imunidades das Nações Unidas".
Segundo o jornal Washington Post, que cita documentos confidenciais do Pentágono, os Estados Unidos ouviram conversas de Guterres, assim como de outros responsáveis da ONU, em particular sobre a Ucrânia.
Um jovem militar foi acusado na última sexta-feira pela justiça federal dos Estados Unidos de estar por trás do vazamento de documentos confidenciais da inteligência americana, especialmente sobre a Ucrânia, que colocou Washington em apuros.