Opas: jovens são principais propagadores de contágio da Covid-19 nas Américas
Para a diretora da OPAS, este é um lembrete de que o combate à Covid-19 é uma 'responsabilidade compartilhada'
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) advertiu, nesta terça-feira (25), que os jovens são os principais propagadores da COVID-19 nas Américas, mas que são os idosos que concentram 70% das mortes.
Em entrevista coletiva, Carissa Etienne, diretora da OPAS, braço regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), manifestou sua preocupação com a "incidência desproporcional" da doença entre os jovens.
Isso nos indica que "as pessoas jovens são os principais impulsores da propagação da doença na nossa região", afirmou.
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A especialista afirmou que existe um padrão semelhante em todo o continente de concentração de casos no grupo de 20 a 59 anos, mas que 70% das mortes ocorrem entre as pessoas de mais de 60 anos.
Etienne expicou que muitos dos jovens que se infectam apresentam quadro leve e não precisam de internação em UTI, mas transmitem a doença para outras pessoas que serão internadas.
Para a diretora da OPAS, este é um lembrete de que o combate à COVID-19 é uma "responsabilidade compartilhada".
"Se uma pessoa não tomar as medidas necessárias para se manter à salvo, pode estar colocando outras pessoas em risco", destacou.
Desconexão entre políticas e dados
Etienne alertou que em muitos lugares há uma "desconexão entre as políticas implementadas e o que as curvas epidemiológicas mostram", já que o número de novos casos passou de 5,3 milhões para mais de 12 milhões nas últimas seis semanas.
"Quando os dados apontam nessa direção, geralmente indicam uma necessidade urgente de implementar medidas para conter a transmissão da COVID-19", afirmou a especialista, que observou que o que tem acontecido neste mesmo período é justamente o contrário e os países têm "relaxado" as restrições.
A região possui 450.000 mortos pela COVID-19 e Estados Unidos, Brasil, Colômbia, Peru, Argentina e México continuam na lista dos 10 países com mais casos no mundo.
Para Etienne, se não houver uma vacina antes, o vírus vai estar entre nós por um bom tempo e essa é uma batalha que não se pode ganhar de uma só vez, há várias rodadas.
"É por isso que precisamos aplicar as lições dos lugares que controlaram o vírus e deixar que os dados guiem nossas ações", pediu.