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Castelo de Areia

Operação contra pirataria no Recife apreende 30 toneladas; dois foram presos

Receita Federal estimou carga inicialmente em 12 toneladas

Apresentação dos detalhes da Operação Castelo de AreiaApresentação dos detalhes da Operação Castelo de Areia - Foto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco

Balanço da operação Castelo de Areia divulgado, nesta sexta-feira (6), pela Polícia Civil de Pernambuco e Receita Federal indica que a carga de produtos falsificados apreendidos no bairro de São José, área central do Recife, chega a 30 toneladas. A operação contou ainda com a participação da Secretaria da Fazenda de Pernambuco (Sefaz-PE)

O montante é três vezes maior do que o estimado inicialmente quando a operação foi deflagrada, na quinta-feira (5). A Receita esperava apreender 12 toneladas avaliadas em R$ 10 milhões - o valor atualizado depende de análises dos produtos.

Duas pessoas ligadas ao esquema criminoso de importação e distribuição dos produtos falsificados foram presas na quinta-feira. Outras quatro conseguiram fugir, incluindo estrangeiros.

Entre os produtos apreendidos estão perfumes, bolsas e eletrônicos. A equipe da operação avalia também as notas fiscais para saber o nível de irregularidade dos produtos. 

"O volume superou as nossas expectativas. Achávamos que seriam 10 toneladas, mas foram 30, três vezes mais. O valor pode até ser maior do que os R$ 10 milhões porque estamos abrindo e vendo cada mercadoria e estimando o valor de cada mercadoria para poder chegar a esse valor total", explicou o auditor fiscal da Receita Federal, Carlos Eduardo Oliveira. 

Ele acrescenta que parte das mercadorias pode ser destinada a um fim social, mas outras, como perfumes, devem ser destruídas por potencias riscos à saúde. 

A delegada do Consumidor, Thaís Galba, reforça que as investigações da operação tiveram início em outubro de 2020, quando, com base em apurações anteriores, começaram a ser identificados quem eram os distribuidores dos falsificados. 

"Identificamos essa associação criminosa, essas seis pessoas que, pelo volume da apreensão, fica realmente caracterizado que são pessoas de grande aporte financeiro para fazer a compra desses produtos", pontuou a delegada.

As quatro pessoas que fugiram não foram encontradas nos estabelecimentos e seguem sendo buscadas. A delegada explica ainda que outras fases da operação serão deflagradas.

Perfumes falsificados estão entre os produtos apreendidos pela operação Castelo de Areia (Foto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco)

A delegada explicou também como funcionava o esquema criminoso. Segundo ela, comerciantes que têm três lojas em galeria no bairro de São José eram especialistas em importar produtos contrafeitos e revendê-los para serem comercializados nos mais diversos tipos estabelecimentos em todo o Estado.

"São comerciantes aparentemente com uma loja pequena e sem tanta expressividade. A expressividade é muito maior nos depósitos que eles tinham .Eles faziam a importação desses produtos que vinham em contêineres pelas fronteiras do País e eram distribuídos por todo o território", concluiu Thaís Galba.

Entre os comerciantes que recebiam os produtos estavam ambulantes e comerciantes de rua. 

A operação investiga a prática de crimes contra a ordem tributária, do consumidor, crimes contra as relações de consumo, receptação qualificada, fraude no comércio, concorrência desleal e crimes contra marca e patente. 

Participaram da operação 21 servidores da Receita Federal, 20 da Sefaz-PE e 30 policiais civis. Prestaram apoio representantes do Instituto de Criminalística e da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU).

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