Operação da Polícia Civil prende suspeitos de fraudar concurso público em Gravatá
Grupo utilizava pontos eletrônicos e minicelulares; Três suspeitos foram presos, incluindo dois servidores do estado
A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) detalhou a realização da operação Ponto de Corte, realizada na manhã desta quinta-feira (9), que investiga fraudes em um concurso público realizado na cidade de Gravatá, no Agreste. A operação foi chefiada pelo Delegado Diogo Victor, da 3ª DECCOR. Ao todo, 14 mandados de busca e apreensão foram realizados e três suspeitos foram presos, incluindo dois servidores do estado, sendo um deles policial penal.
Leia também
• Quadrilha suspeita de crimes contra ordem tributária e lavagem de dinheiro é alvo de operação
• Operação contra fraude em licitação e improbidade cumpre mandados no Recife e em cidades do Agreste
De acordo com o delegado Guilherme Caraciolo, gestor do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACO), que apresentou os resultados da operação em coletiva de imprensa na sede da PCPE, as investigações iniciaram em janeiro, após denúncias sobre um concurso para o cargo de Guarda Municipal de Gravatá, em dezembro de 2020.
Durante as investigações, foi identificada a atuação de uma associação criminosa, que atuava para fraudar concursos. O grupo atuava com ligações telefônicas para os candidatos que compravam o "serviço". Para isso, os candidatos entravam na prova com minicelulares, por onde tinham o contato com os suspeitos que passavam as informações.
"Um dos métodos deles era se passando pelo candidato. Pegavam uma foto de quem iria fazer a prova e substituía no RG e fazia a prova pelo candidato. Outro método era o uso de pontos eletrônicos, através de minicelulares, que acoplavam ao corpo da pessoa e assim recebiam as informações da prova", disse o delegado.
Foram apreendidos na operação duas armas de fogo, diversas munições, equipamentos de transmissão, minicelulares, pontos eletrônicos, R$ 11.200 em espécie, documentos falsos.
Na operação, foram realizados 14 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária, em endereços em Olinda, Recife, Paulista, Camaragibe, São Lourenço da Mata e Gravatá. Entre os presos estão dois servidores do estado, incluindo um policial penal.
Ainda de acordo com o delegado Guilherme Caraciolo, a associação criminosa identificada também fraudou outros concursos em outros estados.
O concurso investigado não chegou a ter aprovados ou posses, sendo cancelado por questões administrativas.