Operação mira sonegação e lavagem de dinheiro por grupo econômico em Caruaru
Ação conjunta reuniu integrantes do MPPE, Secretaria da Fazenda e Polícia Civil
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), em conjunto com as Polícias Civil e Militar e a Secretaria da Fazenda (Sefaz), deflagrou, na manhã desta sexta-feira (10), a Operação Centopeia, que visa a reprimir os crimes de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro cometidos por um grupo econômico que atua em diversos setores do mercado e que é localizado em Caruaru, Agreste do Estado.
As investigações do MPPE chegaram a um fluxo de ações fraudulentas de empresas e uso de laranjas e até de ‘testas de ferro’, como são chamadas pessoas que se passam por alguém a fim de ocultar delitos.
Também foi identificada a prática de lavagem de dinheiro, para encobrir a sonegação. As evidências são de que os investigados criaram uma organização criminosa voltada a subtrair o valor dos impostos devidos nas atividades de circulação de mercadorias.
O nome da operação, Centopeia, vem dos muitos pés/empresas vinculadas à organização criminosa e ao fato de que esse é um animal venenoso, assim como a prática dos investigados, que contamina o mercado.
Leia também
• Assalto a BRT no Recife termina com um suspeito morto e outros quatro criminosos feridos após passageiros reagirem
• Homem é preso em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, suspeito de abuso sexual contra quatro crianças
• PRF detém falso médico que circulava com veículo furtado e mandado de prisão em Caruaru
Ao todo, 16 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 3ª Vara Criminal de Caruaru, foram cumpridos nos endereços das empresas e residências dos investigados.
"A busca e apreensão visou, principalmente, a procura do patrimônio que foi ocultado por meio da prática de lavagem de dinheiro. Também foram apreendidos dispositivos eletrônicos que podem conter informações relevantes para aprofundar as investigações", descreveu o coordenador do Grupo de Atuação Especializada de Combate às Organizações Criminosas do MPPE (Gaeco), o promotor de Justiça Roberto Brayner.
De acordo com a investigação, as empresas envolvidas registram uma dívida tributária de R$ 40 milhões. Na Operação de hoje, a justiça determinou o sequestro de mais de R$ 8 milhões de reais dos bens de investigados.
A promotora de Justiça Maria Carolina Jucá, responsável pelo Núcleo Integrado de Combate à Sonegação Fiscal do Gaeco/MPPE, fez um alerta sobre a prática: "A sonegação fiscal é um crime grave. Além de retirar recursos indispensáveis ao financiamento de serviços públicos essenciais, a exemplo da segurança pública, saúde e educação, o sonegador desorganiza o mercado e de forma desleal pode praticar preços mais baixos, com maior margem de ganhos, impondo desvantagem aos empreendedores cumpridores de suas obrigações".