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Rio de Janeiro

Operação no Rio deixa pelo menos sete mortos; até o momento 26 pessoas foram presas

Uma tonelada de maconha, além de 50 pés da droga e 48 frascos de lança-perfume foram apreendidos no Complexo da Maré. PM recupera 20 carros e motocicletas roubados

Motoristas e passageiros tentaram se esconder atrás de muros e dos próprios veículosMotoristas e passageiros tentaram se esconder atrás de muros e dos próprios veículos - Foto: Reprodução/ Tv Globo

Sete homens morreram e outros 26 foram presos durante uma operação realizada pela Polícia Civil e a Militar desde as primeiras horas desta segunda-feira (26), na Vila Pinheiro e na Vila do João, no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio. Uma tonelada de maconha, além de 50 pés da droga e 48 frascos de lança-perfume foram apreendidos. A PM afirmou que 20 carros e motocicletas roubados foram recuperados.

Segundo o Hospital Federal de Bonsucesso, 15 pessoas foram levadas a unidade em decorrência da operação. Sete homens chegaram no HFB mortos, seis pessoas estão internadas e duas tiveram alta médica.

As duas favelas são dominadas pelo Terceiro Comando Puro (TCP). Nas redes sociais, moradores relataram intenso tiroteio na região. A polícia afirma que os mortos são suspeitos e estavam com quatro fuzis e uma pistola.

Parte da droga apreendida foi encontrada com o auxilio do Batalhão de Ações caninas. Os tabletes de drogas que foram achados pelos cães estavam escondidos dentro de duas caixas d'águas em um armazém na Maré.

Nas redes sociais, uma pessoa que se diz neta de um dos mortos da operação afirmou que o avô trabalhava em uma barraca no baile funk da região: "

Meu avô não era bandido, era trabalhador, tinha a barraca dele no baile, mas era trabalhador, ali era o ganha pão dele", diz.

Assustados com a troca de tiros, motoristas que passavam pela Linha Vermelha e Linha Amarela voltaram na contramão. Alguns deles buscaram se esconder atrás de muros e dos próprios veículos com medo de serem atingidos por disparos. As vias ficaram fechadas nos dois sentidos por aproximadamente 30 minutos pela manhã.

Nesta tarde, o Centro de Operações (COR) recomendou que os motoristas evitem trafegar pela Linha Amarela e Linha Vermelha devido a operação. Por volta das 15h, a Polícia Militar informou que criminosos tentaram fechar a Linha Amarela, na altura da saída 10, e policiais seguiam atuando na região. Às 15h15, a Linha Amarela foi totalmente liberada, segundo o COR.

De acordo com a PM, o objetivo da ação é conter a criminalidade e o tráfico de drogas. Segundo o tenente-coronel Ivan Blaz, porta-voz da Polícia Militar, bandidos do TCP queriam invadir uma comunidade que pertence ao Comando Vermelho (CV). A ação contou com ao menos 120 agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Batalhão de Ações com Cães (BAC) e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core).

O governador do Rio, Claudio Castro, se manifestou nas redes sociais e classificou a ação policial como "cirúrgica". Castro destacou que a ação usou dados de inteligência para impedir que os criminosos conseguissem invadir uma comunidade.  

"Hoje, as nossas polícias Civil e Militar impediram que traficantes fortemente armados se deslocassem na saída de uma festa clandestina na Maré para invadir outra comunidade. Com base em dados de Inteligência, o Bope e a Core fizeram uma operação cirúrgica. A reação dos bandidos foi imediata e infelizmente produziu cenas como as que vimos na Linha Vermelha, que foi temporariamente fechada para proteção de quem ali passava nesse horário. Mas é importante que você entenda que esses bandidos não são apenas traficantes, eles também são responsáveis por roubos de cargas e de carros em vários pontos do nosso estado, inclusive na Linha Vermelha", escreveu no Twitter.

O governador ainda ressaltou o balanço da operação: "Até agora nessa operação na Maré há 26 presos, sete fuzis, oito pistolas, uma granada e cerca de uma tonelada de maconha apreendidos, além de 20 carros e motos recuperados. Onze criminosos que atiraram nos policiais foram alvejados e cinco deles acabaram morrendo".

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram pessoas deitadas no asfalto para se proteger. No Twitter, uma mulher relatou os momentos de pânico:

"Passando pela Linha Vermelha no meio do tiroteio indo para o trabalho. A cabeça a mil, pessoas no meu ônibus passando mal, e eu chorando sem saber como agir! Morar no Rio de Janeiro é isso! Eterna sensação de impotência".

Imagens da TV Globo mostraram passageiros descendo de um ônibus para fugir do confronto. Policiais aparecem correndo na via enquanto trocam tiros com criminosos. Eles também tentam se proteger em muretas. O Centro de Operações da prefeitura orientou os motoristas para que evitem as Linhas Vermelha e Amarela em razão da operação. A recomendação era seguir pela Avenida Brasil.

"Assim comecei minha semana, deitada no chão de um ônibus, me escondendo pelos bancos, para não ser atingida pelos tiros trocados por polícia e ladrão. Foram os piores minutos da minha vida. Os cariocas estão acostumados, mas não podemos nos acostumar isso", relatou outra mulher no Twitter.

Em outra publicação, um homem diz: "A bala tá comendo na Linha Vermelha, vários carros entrando na contramão, polícia fazendo carro de barricada, pessoas passando devagar pra filmar, avenida Brasil parada e pessoas indo à praia".

Em um outro relato, um homem diz: "A bala tá comendo na Linha Vermelha, vários carros entrando na contramão, polícia fazendo carro de barricada, pessoas passando devagar pra filmar, avenida Brasil parada e pessoas indo à praia".

Serviços suspensos
O Centro Municipal de Saúde Vila do João e as clínicas da família Augusto Boal, Adib Jatene e Jeremias Moraes da Silva, localizadas na região da Maré, acionaram o protocolo de acesso mais seguro e, para segurança de profissionais e usuários, interromperam o funcionamento nesta segunda-feira.

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A Secretaria Municipal de Educação informou que 35 unidades escolares da região da Maré estão fechadas. As aulas estão acontecendo de forma remota para garantir a segurança de alunos e funcionários, em decorrência de operações policiais na área.

A reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) também decidiu suspender as atividades na Cidade Universitária, na Ilha do Fundão. As aulas nas demais localidades estão mantidas.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) ressaltou que segue com o atendimento normal.

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