A inovação não espera por ninguém: conectando tecnologia, neurociência e governança
No cenário atual de intenso impactos da revolução tecnológica na sociedade global e no mundo empresarial em particular, a interseção entre tecnologia avançada, governança eficiente e conhecimentos de neurociência emerge como um alicerce fundamental para o êxito nos empreendimentos comerciais. Esse entrecruzamento, enquanto intrincado, suscita oportunidades praticamente infinitas de evolução para organizações que almejam não apenas subsistir, mas também, se destacar em um ambiente global altamente concorrencial e constantemente mutável.
De acordo com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), empresas que investem em soluções baseadas em inteligência artificial têm um desempenho significativamente melhor em termos de criatividade e eficiência operacional - um incremento de até 40%. Entretanto, a tecnologia sem uma compreensão profunda do comportamento humano pode ser considerada como algo vazio ou sem propósito real, pois ela é essencial para que essa tecnologia se torne verdadeiramente eficiente, sendo nesse ponto que entra em jogo o campo da neurociência - fornecendo insights valiosos sobre como as pessoas tomam decisões, interagem com marcas e respondem aos estímulos.
Estudos da Universidade de Stanford mostram que aproximadamente 95% das escolhas feitas pelos seres humanos ocorrem de maneira inconsciente e automática. Entender essas dinâmicas é fundamental para desenvolver experiências de consumo que realmente toquem as emoções e necessidades dos clientes. A Unilever, por exemplo, incorporou conceitos da neurociência em suas estratégias de marketing para identificar pontos sensíveis emocionais específicos que fortalecem o vínculo com o consumidor, levando assim a um aumento de 20 % em suas vendas globais.
No entanto, não é suficiente simplesmente adotar tecnologia e entendimentos da neurociência isoladamente; a governança corporativa desempenha o papel de elo integrador, assegurando a aplicação ética e transparente dessas ferramentas em consonância com os objetivos de longo prazo da organização. Empresas como a Microsoft exemplificam essa integração ao adotarem práticas de governança que colocam a segurança de dados e privacidade como prioridade, enquanto impulsionam simultaneamente a evolução tecnológica.
Uma ilustração marcante desse encontro pode ser encontrada na área financeira. O Banco Santander adotou uma abordagem que mistura aprendizado de máquina com conceitos da neurociência para compreender as ações de seus clientes em plataformas online. Junto com um modelo de governança sólido, a instituição conseguiu não apenas aumentar o engajamento em seus serviços, mas também diminuir consideravelmente os casos de inadimplência. Essa abordagem demonstra uma mentalidade inovadora: a tecnologia não representa o término, mas sim um caminho para ampliar a influência humana.
Uma pesquisa da Harvard Business Review sobre informações em nível global, menciona que empresas que incorporam esses três elementos têm uma chance 62% maior de superar seus concorrentes em termos de sustentabilidade financeira e importância no mercado. Isso nos diz de forma direta que a intersecção entre tecnologia, neurociência e governança não é só uma moda passageira, mas sim uma necessidade estratégica para qualquer organização que deseje se destacar num mercado cada vez mais competitivo.
Para explorar ao máximo essa possibilidade promissora, é essencial adotar uma abordagem de trabalho em equipe colaborativa e integrada. Para isso, as empresas precisam investir na formação contínua de seus líderes, fomentando um entendimento profundo das novidades tecnológicas e dos fundamentos da neurociência, adicionalmente á isso, os procedimentos de gestão precisam ser reavaliados e atualizados regularmente, se alinhando com os requisitos regulatórios e éticos que surgem em um ambiente de rápida evolução tecnológica.
No epicentro dessa mudança encontra-se a importância de lideranças com visão que entendam como é essencial a intersecção desses três elementos fundamentais para o progresso organizacional. É crucial promover um ambiente de trabalho que reconheça a importância da curiosidade, da empatia e do comprometimento com a qualidade. Somente dessa forma será viável transformar o potencial revolucionário desse encontro em conquistas tangíveis e sustentáveis.
Os líderes do amanhã são aqueles que se atrevem a ser criativos e aprender com os avanços da neurociência para implementar mudanças de forma estruturada e dentro dos padrões de governança estabelecidos.
* Executiva de marketing e negócios, fundadora e líder da Rent a CMO.
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