A tragédia da Dengue no Brasil
Os números só aumentam, o Brasil já bateu a marca de 5,2 milhões de brasileiros infectados pela dengue. Deste total, cerca de 2.824 perderam suas vidas e o Ministério da Saúde ainda investiga as circunstâncias que levaram outros 2.124 brasileiros ao óbito. Esta marca recorde de 2.439 mortes chegou a superar a própria estatística registrada pelo Governo Lula no ano passado, quando 1.175 brasileiros morreram vítimas da doença. E o que foi feito para mitigar os efeitos da doença? Nada.
Em apenas quatro meses deste ano, Pernambuco está com 25.453 casos prováveis de dengue, sendo 3.809 deles já confirmados. O número é 537,8 % maior que o registrado para a mesma época de 2023.
Os números revelam o fracasso e a ausência de estratégia da ministra da Saúde, Nísia Trindade, que continua sustentada politicamente pelo Governo Lula, em detrimento dos interesses da população por uma Saúde de qualidade no país.
No primeiro ano do Governo Lula os investimentos em campanhas de combate a doença sofreram uma queda de 61% no orçamento destinado a esse fim. A ministra Nísia Trindade foi a responsável por essa decisão, levando em conta a tentativa do Ministério da Fazenda de enxugar os gastos administrativos da máquina pública. Uma contradição neste governo petista, pois o presidente Lula não se cansa de afirmar que aplicar recursos em saúde "não é gasto; é investimento". O fato foi que o Ministério da Saúde sacrificou as campanhas que pudessem orientar a população para o combate ao crescimento da epidemia.
Desde 2019 não se tinha tão poucos recursos empregados em campanhas de esclarecimento a população. Para se ter uma ideia, no primeiro ano do governo Bolsonaro foram gastos R$ 56 milhões na informação ao brasileiros para os efeitos da doença. Em 2023, primeiro ano do governo Lula, foram destinados apenas R$ 12 milhões nas campanhas.
É curiosa a lógica deste governo. Enquanto tinha um orçamento de R$ 200 milhões para gastar em 2023 justamente para a realização de campanhas de interesse da população, a ministra Nisia Trindade destinou apenas R$ 12 milhões a esse fim. Os resultados práticos dessa política nefasta de deixar a população sem informações: 2.824 mortes em apenas cinco meses deste ano, o que nos leva a crer que a tendência será crescer ainda mais
Ainda que tivesse gasto dez vezes mais com campanha de combate à doença, muitos especialistas entendem que a eficácia da medida seria duvidosa. Pois, na avaliação deles, campanhas desse gênero costumam dar certo no período que antecede a uma epidemia, quando se verifica uma alta sazonal de casos da doença. E não quando a dengue já está instalada nas casas dos brasileiros.
Não é à toa que vem crescendo a preocupação dos brasileiros com a Saúde. Entre os dias 17 e 25 de abril a Febraban realizou uma pesquisa nacional, na qual 30% dos entrevistados já demonstravam sua preocupação com o tema. Ainda mais quando os brasileiros se sentem desamparados pelo Ministério da Saúde que parece querer esconder essa realidade. A situação chegou a um ponto, em que técnicos do ministério foram à público alegar que, um eventual desperdício de vacinas, que venceram sem chegar nos braços de brasileiros, será uma "questão residual". É possível um ministério se apegar nessa tese, tendo na sua conta mais de dois mil mortos pela dengue neste ano? Isso não seria crime de responsabilidade cometido pela ministra Nísia Trindade?
Os dados que me sirvo para mostrar o tamanho do buraco em que o país se meteu na saúde pública, foram obtidos no Sicom (Sistema de Comunicação de Governo do Poder Executivo Federal). São uma radiografia clara e inequívoca de uma política de saúde nefasta que vem matando brasileiros, em detrimento de economizar nas contas públicas para pagamento de juros aos bancos.
Curioso é que esse discurso até então, ficava perfeito quando saía da boca dos partidos de esquerda para condenar os seus adversários. Até nisso a ministra Nisia Trindade conseguiu desmontar o discurso deste governo do PT.
*Deputado Federal (PL-PE)