opinião

Brasil se incorpora ao desarranjo global

A polarização político/ideológica, o bate cabeça institucional, as queimadas e inundações, os discursos controversos, as tardias providências de gestão governamental, a vulnerabilidade à crítica internacional, voltam os olhos do mundo para o Brasil, não como exemplo a ser seguido, mas constrangedoramente complicado, parecendo um bananal em formação, e infelizmente diz o ditado, que “o que parece é”.

Faça o que eu digo, mas não faça o que faço, talvez traduza melhor o momento que estamos atravessando, ou quem sabe, se na disputa pela prefeitura da nossa maior cidade marcada por cadeiradas, socos e impropérios, não tenhamos uma amostragem do ring de luta livre em que se transformou o Brasil, como terra de bandidos, marginais de todas as espécies, comandando milícias, jogos ilegais, incêndios criminosos, rachadinhas e rachadões, enfim um script que dispensa comentários. 

Talvez tenhamos tempo, para uma reflexão civilizatória de correção de rumos até o longínquo 2026 na tentativa de melhorar o que já temos ou mudar se for o caso, vez que do jeito que estamos nos expondo à contundente crítica internacional por irresponsabilidade ou mesmo ignorância é que não dá, recomendando ajustes na conduta, da prática aos discursos, vez que não estamos em condições de jogar pedras nos telhados de vizinhos, malucos, irresponsáveis, quando os vidros dos telhados de casa estão quebrando.

Nesta situação fica difícil reivindicar nosso histórico desejo de fazer parte do Conselho de Segurança da ONU, sem falar nos microfones cortados nas nossas falas.

O mundo está passando por um delicado momento onde por incrível que pareça, se vale não pelo bem, mas pelo mal que se possa fazer, poderoso é aquele que se arma de mísseis, bombas e artefatos bélicos de última geração, em detrimento da palavra, do acolhimento humanitário, de civilidade e bom senso, como se estivéssemos prefaciando o apocalipse bíblico, na beirada da Terceira Guerra Mundial, que talvez já tenha começado por incrível que pareça nas franjas da chamada “Terra Santa”.

Marcados pelo “fogo amigo”, com os santos de casa infernizando o processo interno e externo, é preciso rezar por um utópico final feliz.

Outrossim, reconhecemos o aprimoramento na qualidade dos discursos oficiais, com destaque para a ênfase e desembaraço, embora carente de sintonia entre a fala e a ação que deixa muito a desejar, o que se tem dito lá fora está desatrelado do que se pratica aqui dentro de casa.

O ambiente internacional recomenda urgência nas providências de caráter emergencial, para que sejamos ouvidos e até mesmo socorridos como paciente de grande porte e importância global, não queremos ser mais um problema, mas sim solução.

* Consultor empresarial ([email protected]).

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