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OPINIÃO

Chegamos em 2025: realidade vs expectativa

O ano de 2025 chega com uma sensação de urgência e incerteza. A promessa de progresso parecia clara em 2024, mas, à medida que os anos se passaram, os problemas globais se agravaram, e o futuro se tornou um território mais instável e complexo. O que parecia ser um futuro de oportunidades agora se apresenta como um campo de batalhas, onde a reconstrução será mais difícil do que jamais imaginamos.

O aumento das crises climáticas, as tensões políticas internacionais e as desigualdades sociais que continuam a crescer desafiam a ideia de que a humanidade está no caminho certo.
As inovações tecnológicas, que um dia prometeram resolver todos os nossos problemas, agora nos confrontam com dilemas éticos e questões de controle social. Nunca fomos tão conectados, mas também nunca fomos tão vulneráveis.

A verdadeira questão, agora, não é mais o que podemos alcançar, mas o que estamos dispostos a perder. O consumismo desenfreado, a exploração insustentável dos recursos naturais e a negligência com a saúde pública são legados que não podemos mais ignorar. O preço do progresso veio com um custo humano e ambiental que não pode ser mais adiado.

Em 2025, é hora de uma reinvenção radical. Não se trata apenas de corrigir os erros do passado, mas de mudar a forma como pensamos e agimos diante dos problemas globais. Precisamos de um novo modelo econômico, social e ambiental que priorize a sustentabilidade, a equidade e o bem-estar coletivo. O momento de reflexão é agora, mas a ação precisa ser imediata.

Se em 2024 ainda havia otimismo, agora a realidade é que não há mais tempo a perder. A população mundial exige respostas mais eficazes e políticas públicas que realmente impactem as vidas das pessoas. A política externa, muitas vezes guiada por interesses egoístas, precisa ceder espaço para uma abordagem mais cooperativa e voltada para o bem comum. A sobrevivência de gerações futuras depende de como escolhemos agir hoje.

A mudança precisa começar com a educação, com o despertar de uma consciência global que não ignore as questões de justiça social e ambiental. O sistema de ensino deve ir além do simples conhecimento técnico e investir na formação de cidadãos responsáveis e engajados.
A geração de 2025 não pode ser mais uma geração perdida em meio a promessas vazias.

As corporações também têm um papel marcante. O lucro não pode mais ser a única medida de sucesso. Empresas precisam adotar práticas mais éticas e transparentes, focando em soluções que realmente contribuam para o bem-estar global. A economia circular e o consumo consciente devem ser mais do que um ideal; precisam ser a base de um novo modelo de negócios.

A saúde mental, muitas vezes negligenciada, deve ser colocada no centro das políticas públicas. O estresse, a ansiedade e a solidão são problemas que crescem a cada ano, e ignorá-los é uma falha fatal para qualquer sociedade que aspire à verdadeira prosperidade. O bem-estar emocional é tão importante quanto o físico, e precisa ser tratado com a mesma seriedade.

2025 nos exige coragem para enfrentar os desafios com uma nova perspectiva. Não podemos mais esperar soluções fáceis ou respostas rápidas. O caminho a seguir será árduo, mas possível, se decidirmos, de uma vez por todas, que as prioridades do passado não podem mais definir o nosso futuro.

O mundo que desejamos para o futuro começa com as escolhas que fazemos hoje. Em 2025, chegamos a um ponto de inflexão crucial: devemos decidir se continuaremos no caminho da destruição ou se, finalmente, adotaremos um modelo mais justo, consciente e sustentável. O futuro é incerto, mas nossa responsabilidade é clara: reconstruir ou perpetuar a ruína. Afinal, chegamos em 2025, confrontando a realidade com a expectativa de construir um mundo melhor para todos.

Articulista, filósofo, pedagogo e teólogo ([email protected]).

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