OPINIÃO

É greve, é grave!

Saber reconhecer a diferença entre um quadrado, um triângulo e um círculo é facílimo. Pelo menos para mim e para você, caro leitor, mas, para mais de 65% dos alunos do quinto ano da rede pública de ensino, esta é uma tarefa difícil! Mais complexo mesmo é acreditar que isso é verdade. No mínimo, um absurdo! Lastimável, triste e deplorável a realidade do ensino público no Brasil. Essa afirmação é baseada em dados publicados pelo IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação básica (gov.br). Ora, mas o direito ao ensino é constitucional! Parafraseando Ernesto Martins Farias, Coordenador de projetos da Fundação Leman: “Se a educação é um direito de todos, o direito de cada aluno que não aprende o considerado adequado vem sendo negado”. E vou além: furtado, literalmente roubado!

Engana-se quem pensa que o ensino público é gratuito. É caro aos cofres públicos e quem paga essa conta somos nós, contribuintes. O Governo Federal estipulou o repasse, para o ano 2024, no mínimo de R$ 6.910,23 para cada aluno da creche e R$ 6.910,23 por aluno da escola em tempo integral. Segundo aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023 o país tinha 9,5 milhões de alunos espalhados em todo território nacional. Daí, podemos ter idéia do tamanho do orçamento para o ensino público. O IDEB foi criado em 2007, no segundo mandato do então Presidente Lula, afim de medir principalmente as desigualdades no ensino médio público, que se revelam, aliás, ainda mais alarmantes, pois, em estados como São Paulo e Santa Catarina, o aprendizado mostra-se adequado em Português, na contra mão de estados como Maranhão e Alagoas, aonde a disciplina não chega a 20% de aprendizado.

Recentemente, em 31 de maio deste ano o governador do Paraná, Ratinho JR (PSD), apresentou a brilhante ideia de privatizar as escolas públicas no estado do Paraná. O projeto de lei 345/2024 instituiu o programa Parceiro da Escola, uma iniciativa do Poder Executivo que permite que empresas privadas participem da gestão administrativa das escolas estaduais e autoriza a privatização de todas as escolas públicas do referido estado.

O país possui um valioso histórico nas privatizações, iniciadas desde o primeiro governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. O programa já privatizou o sistema de telefonia, bancos, rodovias, aeroportos, portos, diversas estatais, dentre outros setores, e nos chega agora a discursão da privatização da rede de ensino público (com algumas exceções). Sabemos que em todos os setores onde houve a privatização, houve, de fato, enorme avanço tecnológico, melhoria na qualidade de serviços, lucro, qualificação da mão de obra, trazendo ao consumidor uma melhoria significativa dos serviços e digna de se comparar e competir a países de primeiro mundo.

O Brasil tem o mais avançado sistema bancário do mundo, bem como produz aeronaves altamente competitivas com as demais fabricantes existentes nos Estados Unidos e Europa: Boeing e Airbus.

Evidentemente, a fantástica iniciativa proposta pelo governador causou revolta principalmente aos professores e dirigentes do ensino da rede pública, que consideraram “grave” a proposta por entenderem ameaçados os seus empregos, quando a intensão é justamente o oposto. Isso estimulou os docentes a iniciarem uma “greve” geral (como se paralisar as escolas públicas fosse algo excepcional), exigindo do governador a retirada imediata da pauta sobre a votação da lei que prevê a privatização das escolas públicas do Paraná.

Trazendo aqui como exemplo a realidade positiva das privatizações ocorridas no país, imaginemos agora o salto cultural que os alunos terão! Certamente, alfabetização adequada, boa alimentação, acesso a uma rede de tecnologia de ponta, inteligência artificial, pesquisas, aprendizado a outros idiomas, música, teatro, esportes, gastronomia, amor à pátria, além de uma boa infraestrutura disponível. De lá, certamente sairão futuros engenheiros, médicos, juízes, advogados, administradores, pilotos, ou seja, o futuro do país, um total enriquecimento cultural, que certamente mudará o conceito de escolha da classe política atual. Haverá um enorme amadurecimento para a escolha de dirigentes sérios e capazes, destacando que os professores passariam também por reciclagens e teriam, por fim, a garantia de seus salários pagos em dia, coisa que não existe na rede pública.

Contudo, isso e muito mais só será possível se a privatização das escolas públicas se tornar um fato. Então, se tudo isso acontecer, o Brasil encontrará uma grande forma de reparação do direito ao ensino público, maculado ao longo dos anos, embora uma vez aprovado - infelizmente - só a próxima geração poderá vivenciar a mudança.

Com a realidade deste projeto de lei, quem deveria efetuar a “greve” seriam os pais dos alunos, reivindicando a aprovação do projeto de lei, pois é “grave” a realidade do ensino público.

É greve, é grave!

Saber reconhecer a diferença entre um quadrado, um triângulo e um círculo é facílimo. Pelo menos para mim e para você, caro leitor, mas, para mais de 65% dos alunos do quinto ano da rede pública de ensino, esta é uma tarefa difícil! Mais complexo mesmo é acreditar que isso é verdade. No mínimo, um absurdo! Lastimável, triste e deplorável a realidade do ensino público no Brasil. Essa afirmação é baseada em dados publicados pelo IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação básica (gov.br). Ora, mas o direito ao ensino é constitucional! Parafraseando Ernesto Martins Farias, Coordenador de projetos da Fundação Leman: “Se a educação é um direito de todos, o direito de cada aluno que não aprende o considerado adequado vem sendo negado”. E vou além: furtado, literalmente roubado!

Engana-se quem pensa que o ensino público é gratuito. É caro aos cofres públicos e quem paga essa conta somos nós, contribuintes. O Governo Federal estipulou o repasse, para o ano 2024, no mínimo de R$ 6.910,23 para cada aluno da creche e R$ 6.910,23 por aluno da escola em tempo integral. Segundo aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023 o país tinha 9,5 milhões de alunos espalhados em todo território nacional. Daí, podemos ter ideia do tamanho do orçamento para o ensino público. O IDEB foi criado em 2007, no segundo mandato do então Presidente Lula, afim de medir principalmente as desigualdades no ensino médio público, que se revelam, aliás, ainda mais alarmantes, pois, em estados como São Paulo e Santa Catarina, o aprendizado mostra-se adequado em Português, na contra mão de estados como Maranhão e Alagoas, aonde a disciplina não chega a 20% de aprendizado.

Recentemente, em 31 de maio deste ano o governador do Paraná, Ratinho JR (PSD), apresentou a brilhante ideia de privatizar as escolas públicas no estado do Paraná. O projeto de lei 345/2024 instituiu o programa Parceiro da Escola, uma iniciativa do Poder Executivo que permite que empresas privadas participem da gestão administrativa das escolas estaduais e autoriza a privatização de todas as escolas públicas do referido estado.

O país possui um valioso histórico nas privatizações, iniciadas desde o primeiro governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. O programa já privatizou o sistema de telefonia, bancos, rodovias, aeroportos, portos, diversas estatais, dentre outros setores, e nos chega agora a discussão da privatização da rede de ensino público (com algumas exceções). Sabemos que em todos os setores onde houve a privatização, houve, de fato, enorme avanço tecnológico, melhoria na qualidade de serviços, lucro, qualificação da mão de obra, trazendo ao consumidor uma melhoria significativa dos serviços e digna de se comparar e competir a países de primeiro mundo.

O Brasil tem o mais avançado sistema bancário do mundo, bem como produz aeronaves altamente competitivas com as demais fabricantes existentes nos Estados Unidos e Europa: Boeing e Airbus.

Evidentemente, a fantástica iniciativa proposta pelo governador causou revolta principalmente aos professores e dirigentes do ensino da rede pública, que consideraram “grave” a proposta por entenderem ameaçados os seus empregos, quando a intensão é justamente o oposto. Isso estimulou os docentes a iniciarem uma “greve” geral (como se paralisar as escolas públicas fosse algo excepcional), exigindo do governador a retirada imediata da pauta sobre a votação da lei que prevê a privatização das escolas públicas do Paraná.

Trazendo aqui como exemplo a realidade positiva das privatizações ocorridas no país, imaginemos agora o salto cultural que os alunos terão! Certamente, alfabetização adequada, boa alimentação, acesso a uma rede de tecnologia de ponta, inteligência artificial, pesquisas, aprendizado a outros idiomas, música, teatro, esportes, gastronomia, amor à pátria, além de uma boa infraestrutura disponível. De lá, certamente sairão futuros engenheiros, médicos, juízes, advogados, administradores, pilotos, ou seja, o futuro do país, um total enriquecimento cultural, que certamente mudará o conceito de escolha da classe política atual. Haverá um enorme amadurecimento para a escolha de dirigentes sérios e capazes, destacando que os professores passariam também por reciclagens e teriam, por fim, a garantia de seus salários pagos em dia, coisa que não existe na rede pública.

Contudo, isso e muito mais só será possível se a privatização das escolas públicas se tornar um fato. Então, se tudo isso acontecer, o Brasil encontrará uma grande forma de reparação do direito ao ensino público, maculado ao longo dos anos, embora uma vez aprovado - infelizmente - só a próxima geração poderá vivenciar a mudança.

Com a realidade deste projeto de lei, quem deveria efetuar a “greve” seriam os pais dos alunos, reivindicando a aprovação do projeto de lei, pois é “grave” a realidade do ensino público.

É greve, é grave!

*Economista / Pós Graduado pela FGV - Piloto de Aeronaves Airbus e LearJet. Colaborador da Folha de Pernambuco [email protected]

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