OPINIÃO

Glaucoma: o vilão silencioso que ameaça a visão


O glaucoma é uma doença ocular crônica caracterizada pela lesão do nervo óptico, geralmente associada ao aumento da pressão intraocular e que leva à perda progressiva e irreversível da visão.
 
A doença é a principal causa de cegueira irreversível no mundo e deve afetar cerca de 100 milhões de pessoas em todo o mundo até 2030, segundo estudos. Apesar da gravidade do glaucoma, a doença ainda é desconhecida para 40% dos brasileiros, de acordo com levantamento realizado pelo Ibope Inteligência, a pedido do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).  

Segundo a Sociedade Brasileira do Glaucoma, oito em cada dez casos de glaucoma não apresentam sintomas no início, ou seja, é silenciosa e assintomática nas fases iniciais e moderadas. Sem avaliações regulares, a doença pode avançar sem ser detectada, levando a danos irreversíveis ao nervo óptico e consequentemente à perda de visão.

Existem diversos fatores de risco, sendo os mais importantes o histórico familiar de glaucoma, idade avançada, hipertensão ocular, miopia e certas condições médicas, como diabetes. 

O diagnóstico precoce do glaucoma é crucial para preservar a visão, por isso é importante fazer consultas periódicas com um médico oftalmologista, de preferência especialista na área.

Exames oftalmológicos regulares, incluindo a medição da pressão intraocular, avaliação do campo de visão, além  da avaliação do nervo óptico, através do retinografia e tomografia de coerência óptica são essenciais para o diagnóstico precoce.
 
Infelizmente não há cura para o glaucoma, mas ele pode ser controlado e estabilizado com tratamento adequado, prevenindo danos adicionais à visão. O tratamento visa principalmente reduzir a pressão intraocular para níveis seguros, o que pode ser feito de várias maneiras.
 
Colírios e trabeculoplastia à laser são normalmente a primeira linha de tratamento e funcionam diminuindo a produção de humor aquoso e/ou aumentando sua drenagem.
 
Quando medicamentos e laser não são suficientes para o controle pressórico, pode ser necessário recorrer a procedimentos cirúrgicos como a trabeculectomia ou a implantação de dispositivos de drenagem para ajudar a controlar a pressão intraocular.
 
A chave para o sucesso do tratamento é o diagnóstico precoce, o que destaca a importância das consultas e exames oftalmológicos regulares. Manter-se informado e atento aos sinais de alerta, bem como seguir rigorosamente as recomendações médicas, são passos fundamentais para proteger a visão e garantir uma boa qualidade de vida para os pacientes com glaucoma.

*Oftalmologista e líder de glaucoma do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE)

 

Veja também

O que esperar da economia do Brasil com a nova Reforma Tributária?
opinião

O que esperar da economia do Brasil com a nova Reforma Tributária?

A falta de acesso ao planejamento familiar também é uma forma de violência
opinião

A falta de acesso ao planejamento familiar também é uma forma de violência

Newsletter