Irresponsabilidade do Governo coloca PRF em risco
Falemos sobre a DISSONÂNCIA COGNITIVA que aflige os governos de esquerda, os quais querem que os brasileiros, pagadores de impostos, acreditem na tese anticristã de um paraíso na Terra.
Sem julgar se nossos antepassados fizeram certo ou errado, o investimento logístico brasileiro foi estruturado no modal rodoviário, com seus 75,8 mil km de rodovias federais, dos quais 10,4 mil km ainda carecem de pavimento. O governo federal, ignorando o Custo Brasil, o atraso e a insegurança representada por vias não pavimentadas, não tem um cronograma, ou projeção acerca de uma ação básica que poderia contribuir com uma redução significativa nos saques de cargas, roubo de veículos, tráfico de drogas, de minérios e outros. Cidadãos, turistas e nossos bravos caminhoneiros, seguem contando apenas com a proteção divina e, milagrosamente, nosso país não colapsa diante do abandono de nossas rodovias.
A POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL opera nessas vias há 96 anos e, como determinou o legislador constitucional, sua função específica é o patrulhamento ostensivo das BRs, mas que na realidade, vem servindo bravamente em todas as áreas de interesse da União, bem como funcionar como Força de Pronta Resposta Federal em grandes eventos, como o que acontece no Rio de Janeiro, o G20. Acontece que, ao logo desses 36 anos de Constituição Federal, com mais de 25 anos de esquerda no Poder (FHC, Lula, Dilma/Temer e o então descondenado novamente), vimos apenas o acréscimo de 2 mil policiais em seu quadro efetivo.
No governo do Presidente Bolsonaro, vimos a criação das cinco “Bases Regionais de Operações Especiais” e, o que deveria ser o início do incremento da frota aérea policial da PRF, precisou ser a troca de equipamentos por conta de material obsoleto. E, ainda assim, com seus parcos recursos, a PRF continuou a bater recordes em apreensões de armas, drogas e outros produtos de crime. Nesse período o Brasil deixou de ser o 2º maior corredor de drogas do mundo, passando para o 4º lugar no ranking global.
O caráter trôpego e a ausência de planejamento pode ser observada nas contradições da atual gestão: O mesmo governo que cuidou de mandar acabar os cinco Comandos Regionais de Operações Especiais da PRF, determinando que sua polícia não saísse da rodovia; que, junto com o STF, caçou o ex-Diretor Geral PRF por ter realizado o mesmo tipo de operação, sempre realizada para cumprir a lei eleitoral e de trânsito; agora inverte sua posição e propõe mais atribuições à PRF, fazendo com que ela saia da Rodovia Federal e cuide da segurança da malha fluvial e da malha ferroviária, em expansão.
É fundamental lembrar que a PRF conta hoje com apenas 13 mil homens e mulheres, incluindo servidores administrativos e de bases operacionais e continuará assim. O governo propõe, portanto, que a PRF, com poucos homens, sem embarcações, sem mais aeronaves, sem adequação técnica, sem as mínimas condições para assumir mais responsabilidade, assuma outros modais de transporte.
E, se temos uma “Dissonância Cognitiva”, a correção só é possível com um choque de realidade! A realidade depende de um diagnóstico preciso sobre a força policial em questão. Para uma proposta de aumento de atribuições de qualquer Força Policial, precisamos estudar primeiro o seu redimensionamento. Os desafios de nossa Casa Legislativa são ampliados quando o governo é míope, e absolutamente dominado pela ideologia.
A PEC da Segurança Pública deveria abordar e resolver os problemas urgentes da Segurança Pública, criar o Ministério de Segurança Pública, deveria apoiar o piso salarial para os PMs, Bombeiro Militar e Policiais civis, apoiar a criação das Polícias Municipais (PEC 57), restaurar a Polícia Ferroviária (conceito e estrutura), definir o papel da Força Nacional, como propõe o decreto 5289/2004 e decretar uma GLO para que as forças armadas possem a ser responsáveis pela segurança nos 17 mil km de fronteira.
Toda e qualquer solução parte, portanto, de uma análise da realidade. Diria o poeta romano Maximiano: “Ignoti Nulla Est Curatio Morbi!”(Não existe cura para doença desconhecida). Ao negar a realidade, Lula e seus aliados só ampliam a insegurança que é, sem dúvida, a principal enfermidade de nosso país.
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*Deputado Federal (PL/PE)
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