opinião

O candidato ideal

Na profusão de candidatos e seus respectivos palanques, observamos um elo comum a todos eles, nos discursos de campanha, seja de direita, do centro ou da esquerda, todos sem exceção, destacam com força e entusiasmo os mal feitos, o pior, do que cada um dos seus contendores tem a oferecer.
 
No elenco dos postulantes aos cargos públicos, vereadores, prefeitos e até mesmo preparando precocemente o futuro próximo para governador e quem sabe presidente da República, no certame de 2026, tem pra todo gosto, empresários, artistas, profissionais liberais, os chamados “gente do povo”, Zé da bomba, João da padaria. Águia de prata, fulano da sanfona, Lula do bombo, e tantos outros, personagens do nosso cotidiano, que apresentam à plateia de eleitores suas propostas de governo, recheadas de sonhos mirabolantes, mentiras deslavadas, bem como justiça seja feita, projeções de fazer inveja aos mais sérios e preparados gestores no plano nacional e internacional.
 
Lamentavelmente, percebe-se a completa ausência de estratégia de marketing político, fruto da coletânea do que cada um dos postulantes tem de melhor, ao invés de apontar erros e defeitos dos seus concorrentes no conjunto das propostas de cada um, provavelmente alguma coisa boa ou minimamente razoável possa ser aproveitada, de sorte a receber por incrível que pareça o aplauso do adversário, lembrando que essa possa ser a melhor forma de calar o bico de quem só saiba ver e apontar o dedo à crítica, mortal e contundente do sujo falando do mal lavado.
 
Dentre outras situações, verifica-se que os trocados ou trocões de emendas secretíssimas, roubam a cena da falsa intenção de parte substancial dos candidatos, de atender prioritariamente aos mais carentes e necessitados, doentes, analfabetos, famintos, desprovidos de pão e teto no país de pés no chão, correndo-se o risco de que os milionários orçamentos de campanha entronizem esses personagens, que tem perpetuado nossos problemas e dificuldades na rota do desenvolvimento sério, democrático e autossustentável, focando a desigualdade social como a pior de nossas mazelas.
 
Resumindo, falta aparecer na campanha política de 2024, o candidato com modesta e honesta sabedoria, para colecionar na garimpagem política das propostas dos seus concorrentes, do detalhe ao principal, aquilo que valha a pena aproveitar, para compor o elenco dos sonhos dos eleitores de todos os matizes merecedor do aplauso de todos nós.
 
Sem prejuízo da estratégia de campanha sugerida, é claro que sempre restará lugar para ideias próprias, tais como, apesar do reconhecimento aos projetos e iniciativas que já foram levadas a cabo, que tal relacionar na proposta o que ainda pode ser feito, para aprimorar, adequar a uma nova realidade, face à velocidade transformadora dos novos tempos, ligando o ontem com o amanhã, que tal sugerir a conclusão do que foi acertadamente começado, ao invés de apimentar a crítica do que ainda falta fazer.
 
A agremiação “candidato ideal”, querido de tudo e de todos é o partido da cidade, do estado e do Brasil, talvez seja o que está faltando no rosário de esperanças do País do bate cabeça, onde falta pão e ninguém tem razão.  


* Consultor empresarial ([email protected]).

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