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OPINIÃO

O debate da jornada de trabalho 6x1 e o futuro do trabalho no Brasil

Se você não está morando na Lua ou indo para Marte num foguete do Elon Musk, já deve ter notado que, em tudo o que é lugar, a pauta do momento é a jornada de trabalho 6x1, ou melhor, o fim dela. A discussão, que atualmente ocupa o Congresso Nacional, levanta um debate profundo sobre produtividade, qualidade de vida e a mentalidade que guia as relações de trabalho no Brasil.

De um lado, empresários lutam contra a mudança no modelo de jornada, alegando que a alteração afetará principalmente pequenas e médias empresas, que são responsáveis por 80% dos empregos formais no Brasil. Para eles, a mudança pode promover uma crise sem precedentes na história do País. Por outro lado, há quem defenda que o mais urgente é curar a dor do colaborador, buscando um equilíbrio que permita maior qualidade de vida.

A verdade é que, seja qual for o modelo de jornada, temos que entender que não se trata de dias, se trata de pessoas. Pessoas dentro de uma empresa têm como objetivo trabalhar e transformar suas vidas através do seu trabalho. Seja o dono, um gerente ou um estagiário, todos saem de suas casas para conquistar dinheiro, pagar suas contas e realizar seus sonhos.

Esse debate só escancara o quanto ainda precisamos avançar como seres humanos. Nosso País é tão atrasado que não era para estamos discutindo a jornada 6x1, mas sim em sermos mais felizes, mais produtivos. O mundo caminha para modelos de trabalho mais flexíveis, mas aqui estamos presos a uma estrutura que reflete mais o passado do que o futuro. Vivemos num País complicado, em que a mentalidade empreendedora é complicada e mais ainda as leis.

O Brasil precisa olhar para o futuro e deixar de lado debates atrasados. Em vez de focar apenas na jornada 6x1, precisamos discutir como podemos ser mais produtivos, mais felizes e mais realizados. No fim das contas, o que importa não é o número de dias trabalhados, mas o impacto que o trabalho tem na nossa vida.

A transformação que buscamos não deveria começar com a simples redução ou aumento da jornada, mas com uma mudança de mentalidade. Se você trabalha 4 horas ou 12 horas por dia, o que tem feito para entregar o máximo? Como está contribuindo para o seu desenvolvimento, o do seu colega e o da sua empresa? Essa é a mentalidade que precisamos cultivar.

A verdade é que a vida não é estática. Tem momentos que a vida vai te pedir 7 dias de trabalho, 15 horas por dia, e outros momentos você vai desfrutar de um maior descanso. Assim como há fases em que precisamos nos dedicar ao máximo, há outras em que o equilíbrio e o lazer são mais necessários. Se quiser trabalhar 4x por semana e for produtivo, não tem problema.

O X da questão não é a quantidade de dias, mas a maneira como vemos o nosso trabalho. Se enxergamos o trabalho apenas como algo custoso, estamos errando no ponto principal. O trabalho deveria ser uma ferramenta para realizar sonhos e transformar vidas, e não um peso.

É para você chegar em um ponto da sua carreira e dizer: “Eu posso escolher a empresa onde quero trabalhar”, mas isso só depende de quem é dono de sua carreira e de si mesmo. Afinal, empresa nenhuma é dona de você. Se não faz sentido, vá embora.

A chave está em um equilíbrio entre produtividade e bem-estar, que permita a todos – empresários e colaboradores – alcançar o que realmente importa: um futuro mais próspero, sustentável e humano.

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*CEO da SIEG Soluções Estratégicas Fiscais e palestrante sobre liderança de pessoas

-Os artigos publicados nesta seção não refletem necessariamente a opinião do jornal. Os textos para este espaço devem ser enviados para o e-mail [email protected] e passam por uma curadoria para possível publicação.

 

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