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opinião

O guru vermelho já deu o que tinha de dar 

MONTANHAS DA JAQUEIRA –  Na era da ditabranda a Arena foi chamada de “O maior partido do Ocidente”. Era o partido dos grotões dos coronéis do Nordeste, este Nordeste das culturas do atraso. Coronéis de fancaria (não de títulos do Império) eram donos de fazendas e terras inúteis e de rebanhos de gado magro para ostentar poder. Na verdade, viviam pendurados nas mamadeiras dos cofres públicos. Estas eram as fontes do mandonismo.

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A Arena, santo de pau oco, estava infestada de fungos. Todo poder malévolo atrai parasitas. A seita vermelha hoje está contaminada por sanguessugas, carcarás, cupins, serpentes e outros insetos da fauna comunista. A seita é um vírus mutante. O globalismo é o novo nome do urucum vermelho de guerra.
Falar que o Petrolão petista foi a maior corrupção da história é pleonasmo, é conjuntivite na vista. O ovo da serpente continua entranhado nos intestinos da seita.

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Brizola, o Briza que não alisava ninguém, foi injusto ao chamar o guru da seita vermelha de sapo barbado. Os sapos são criaturas adoráveis e do bem. “Debaixo do poste de iluminação os sapos engolem mosquitos”, cantou o poeta Manuel Bandeira. Também não deve ser chamado de “bode rouco”, porque os bodes são valentes e trabalhadores. Ele tem a voz de taboca rachada. Os bodes, as cabras e os pais de chiqueiro são os heróis sertanejos. A voz rouca é o charme deles.  

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Louis Armstrong, o grande cançonetista das Américas, inspirou-se nos bodes roucos e pais de chiqueiro do Sertão nordestino para entoar suas melodias. Era chamado Satchmo – O Bocão. Antes deveria ser conhecido como o Pai de Chiqueiro das Américas, um título mais telúrico. A musa Janis Joplin é a versão feminina do bode rouco. Ouvir Janis é pura emoção. Elza Soares foi a voz das mulheres no estilo dos bodes roucos. Ela é a nossa Janis Joplin. Beleza de voz. Viva Janis! Viva Elza!

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O guru da seita do cordão encarnado mais parece um lobisomem vermelho, um gafanhoto ou escorpião escarlate. 

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Prefiro mil vezes ouvir o relinchar dos jumentos ou o canto dos pais de chiqueiro sertanejos que os grunhidos dessa catrevagem que pulula no Rock in Rio e no Lollapalooza. Questão de sensibilidade artística, modéstia à parte. Relinchar é uma arte. Esta é minha tese de doutorado, em homenagem ao jumento nosso irmão, no dizer de Gonzagão, o rei do baião.  

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O sonho de consumo do guru vermelho é ser transformado num faraó, tipo o Ramsés do Egito. Com aquela voz cavernosa e perto da idade centenária, falta apenas ser mumificado. A cuidadora contou que foi “abrido” o livro dos “cidadões”.

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“A última flor do Lácio inculta e bela”, assim cantou o poeta Olavo Bilac. O idioma português originou-se na região do Lácio, na Antiga Roma, derivado do Latim popular. Hoje a flor do Lácio está sendo maltratada por uma cuidadora inculta e não bela.

* Periodista, escritor e quase poeta.

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