O mercado imobiliário hoje
O tema a ser apresentado neste artigo é o setor imobiliário, segmento que está passando por adequações, ajustes, remodelagens e transformações. Vamos apontar algumas análises dos dias atuais para reflexão e planejamento para o futuro. Boa leitura!
Dando início às nossas considerações específicas sobre alguns dos maiores nichos do mercado global, vamos observar às transformações do setor imobiliário. De cara, é possível afirmar que os projetos e planejamentos do segmento devem sempre ser atualizados, atendendo às novas demandas, que sempre estão flutuando e se modificando de maneira bastante rápida. Estes movimentos vêm sendo incorporados ao mercado por mudança de comportamento e de estilo de vida dos consumidores, sempre!
A cada dia, as pesquisas de mercado irão ser ainda mais utilizadas na construção civil, em complexos residenciais, comerciais, em shopping centers e no setor hoteleiro. Os levantamentos continuarão a ser quantitativos, qualitativos e de profundidade. Podendo instruir maior assertividade na demanda e na qualificação dos empreendimentos, mix de produtos em um mesmo complexo e que acessórios os empreendimentos devem ter para satisfazer completamente o público consumidor.
Adaptação dos produtos nas portarias e recepções de forma residual às regras de distanciamento social e higienização, que deverão prosseguir mesmo depois do arrefecimento da pandemia. A pandemia acabou, mas a tolerância a aproximação social ainda persiste, principalmente em ambientes fechados, em elevadores e áreas comuns.
Adequação das portarias e entradas de serviço dos empreendimentos visando receber uma demanda maior de entregas de produtos adquiridos via e-commerce. Esta porta de entrada dos produtos e serviços nos empreendimentos, deverá estar preparada com o aumento do fluxo de mercadorias e serviços. Aumentando a demanda, as recepções deverão se adequar através de um tripé de novidades: ajustes organizacionais, físicos e de sistemas de pagamentos nos condomínios. Tudo isso para facilitar, organizar, fluir as entregas, atendendo ao aumento das compras online em relação às compras no mercado tradicional.
Os empreendimentos e apartamentos deverão ser ainda mais sustentáveis e autônomos quanto ao lazer, serviços, coworkings, entretenimento, geração de energia, lixo e automação. Os moradores tendem a permanecer por mais tempo no complexo residencial, principalmente para as suas demandas básicas como trabalho, fitness, estudo e ainda mais alimentação por iFood. A pandemia levou os trabalhadores e estudantes para casa e uma boa parte deles devem permanecer por lá. Tudo isso faz que haja uma maior busca por autossuficiência do que fazer entremuros nos apartamentos residenciais e nas suas áreas comuns.
As construtoras e incorporadoras terão que investir em campanhas institucionais para diferenciar as suas marcas da concorrência, até porque todas elas estão fazendo investimentos promocionais pela internet. E, com tantas empresas na rede ofertando produtos, pode haver confusão na cabeça do consumidor na hora da escolha. A maioria das construtoras andam se afastando da mídia tradicional e das campanhas de branding, o que é um erro estratégico.
Afinal, o nível de pesquisas e cruzamentos que os clientes fazem antes da decisão, sempre se utilizam das melhores marcas como critério de decisão. As marcas top of mind são e serão sempre as mais lembradas e escolhidas, e em um ambiente tão competitivo, qualquer diferenciação e qualificação nas marcas das construtoras e incorporadoras conquistam o cliente.
As campanhas através das plataformas de mídias digitais integradas irão aumentar ainda mais a participação em relação aos outros meios, no media mix de investimentos.
A demanda de vagas de estacionamento e a necessidade de grandes áreas úteis vêm diminuindo nos últimos anos. Os dois movimentos estão sendo incorporados ao mercado por mudança no planejamento das famílias, que têm a cada dia menos filhos e por estilo e ritmo de vida também. Boa parte das necessidades dos moradores foram migradas para as áreas comuns dos empreendimentos, com áreas de trabalho, estudo, fitness, lazer e até de cuidados com beleza e de convívio e lazer para pets. Estes equipamentos já estão sendo ofertados há algum tempo pelas construtoras e incorporadoras no mercado.
Os fundos de investimento imobiliários deverão crescer ainda mais a sua participação nos projetos, principalmente nos mais rentáveis como em shopping centers já consolidados e maturados, imóveis de pequena metragem, bem localizados e com altas taxas de rentabilidade de locação mensal, de segunda residência em locais supervalorizados e em conjunto de armazéns corporativos. Este último irá abastecer o setor logístico no incremento das vendas on-line.
O formato de comercialização continuará a ser intensivo em geração, tratamento e conversão de leads pelas plataformas digitais, redes sociais e pelo Google. Os investimentos em meios tradicionais deverão ser avaliados de acordo com a faixa de renda de cada empreendimento, bem como as campanhas e eventos de captação de corretores e clientes.
O trabalho de planejamento na distribuição de mídia on-line e off-line são fundamentais para o sucesso de lançamento imobiliário. Fazendo com que os profissionais de publicidade e planejamento de mídia sejam fundamentais na assertividade da campanha. A geração de lead qualificado só acontece com planejamento e conhecimento do público-alvo do empreendimento, e onde estes consumidores / compradores estão.
As imobiliárias deverão ser reinventadas em três direções: Na captação de novos corretores; na captação parcial de novas construtoras e incorporadoras e na geração de conteúdo de vídeo para os empreendimentos.
Os corretores deverão ser incorporados pela imobiliária pela sua força em atrair clientes qualificados, se tornando uma forma de hub de atração, tratamento e conversão de clientes. As construtoras e incorporadoras ficarão ainda mais abertas ao mercado, mas preservando a sua força de vendas interna – houses.
As imobiliárias deverão criar um formato de geração de conteúdo de vídeo e de marketing digital, como uma produtora e agência digital integradas a sua estrutura de serviços. Existem vários exemplos deste modelo nos EUA e em outros países da Europa.
Uma das maiores mudanças no mercado pós-pandemia foi na forma de trabalhar. Boa parte das empresas colocaram os seus funcionários em home office, fazendo com que nos novos empreendimentos, os espaços coworkings sejam superimportantes.
A demanda por conjuntos comerciais com as mudanças na forma de trabalhar em algumas áreas tende a ser inelástica, gerando uma maior vacância, reduzindo as novas construções, os preços de venda e de aluguéis.
Todas as adaptações apresentadas acima deverão proporcionar geração, eficiência energética e de consumo de água, reduzindo as taxas condominiais.
* Publicitário e consultor, diretor da Marco Zero Comunicação ([email protected] e @alexandreluizoliveira)
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