Os donos do mundo
A alopração trumpista, que roubou a cena global na semana passada, preocupa, pois pode inspirar outros poderosos alucinados, como estímulo ou por medo das consequências sobre a manifestação do interesse na anexação de territórios autônomos soberanos, legitimamente constituídos e consagrados pelo direito internacional.
A análise dos motivos que ensejaram a infeliz, estúpida e descabida declaração, recomenda um alerta à comunidade internacional face tamanha estapafúrdia, que talvez seja mais de natureza psiquiátrica do que da geopolítica global, provavelmente como revanche do declarante aos revezes que sofreu na justiça americana pela coleção de ilícitos praticados, e agora elevados a máxima potência, buscando uma insana e malcriada compensação no ambiente do “quero, posso e mando” contrariado, revelando que a única coisa que possui e respeita é dinheiro e mais nada, para comprar tudo e todos, e se não quiserem vender toma, por bem ou por mal.
Não é atoa que episódios do gênero se reproduziram e se reproduzem no ontem e no hoje, partindo de personagens semelhantes em soberba truculência comportamental, com direito a caras e bocas, seja lá fora ou aqui dentro de casa, vez que os “afins se agrupam”, como exemplo o desejo ou ameaça de invadir o território do vizinho, seja na América do Norte ou América do Sul, pelos eleitos ou falsos eleitos, cujas posses acontecem quase que concomitantemente.
Realmente, a constatação de que “os afins se agrupam”, está presente até nas homenagens e aplausos, os convidados são da mesma natureza, rezam na mesma cartilha e sonham com o mesmo destino, sob o prisma de que “ri melhor quem ri por último!”.
Mais uma vez recorrendo aos sábios ditados populares, nunca é tarde para enfatizar o conselho de que “quem com ferro fere, com ferro será ferido”, regra que pode valer aqui e lá fora, ontem, hoje e sempre, valendo a lição experimentada pela Alemanha, quando vencida e humilhada na 1ª grande guerra, arquitetou através da loucura hitlerista vingança em nome da restauração da autoestima do seu povo, o III Reich, deu no que deu na 2ª grande guerra, rescaldo tenebroso cujas consequências repercutem assustando a humanidade até os dias de hoje.
As tentativas do gênero levadas a efeito em 06/01/2021 nos EUA ou 08/01/2023 no Brasil, podem repetir-se para satisfação do delírio golpista, todo cuidado é pouco.
Até a natureza pareceu reagir às maluquices, com o desastre americano dos incêndios em Los Angeles, atribuído pelo histriônico presidente eleito a irresponsabilidade dos seus opositores políticos.
Os estudos que estão sendo feitos sobre a instabilidade climática global, e suas consequências no curto e médio prazos para a vida no planeta, deveriam levar em consideração o fato de que o negacionismo potencializado pela arrogância de importantes gestores de hoje, podem estar projetando incomensuráveis desastres no amanhã, quando talvez já seja tarde demais para uma reação ao pesadelo.
Consultor empresarial ([email protected]).
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