OPINIÃO

Pernambuco ganha equipamento turístico

 O poeta pernambucano Carlos Penna Filho nos deixou o seguinte legado: “é do sonho dos homens que uma cidade se inventa”. Foi, exatamente, o que aconteceu com um grupo de empresários/investidores conterrâneos que conceberam ideias para desenvolver um projeto turístico no nosso Estado, no Cais de Santa Rita, em nossa capital. De princípio, ao receber uma carta/convite, tiveram a sorte de pinçar um sítio geográfico e estratégico de rara felicidade. Isto porque, o terreno era onde existia a antiga Cobal ao pé da Ponte Giratória, ou seja, vizinho ao Recife Antigo e todas as belezas onde a cidade nasceu. Os investidores acertaram em cheio. Não por acaso. Visão empresarial. Imaginaram atender e contemplar o turismo de eventos e o turismo de negócios. O Atlântico e o Capibaribe por testemunhas.


 A propósito, o sócio Romero Maranhão Filho no seu discurso na inauguração, no primeiro dia deste mês, foi muito feliz quando assim se referiu: “como empresário, sigo com o mesmo propósito de continuar trabalhando e construindo mais e mais sempre acreditando em minha cidade e no meu Estado, no seu potencial geográfico, no seu povo, na sua cultura, na sua beleza, nos seus talentos e vocações”. E, Romero vai mais longe. Abalizado, finaliza: “Como diria o pintor Cicero Dias, eu vi o mundo e ele começava em Recife”. Está lá. No Porto. A Rosa dos Ventos. No Marco Zero.

Por sua vez, na mesma solenidade, a governadora Raquel Lyra assim se pronunciou: “Não conheço uma cidade no mundo que conseguiu crescer se não fosse através da recuperação do seu centro urbano e da ocupação do seu espaço como sendo gerador maior da nossa identidade cultural e do nosso pertencimento. O Recife, por onde nasce o nosso Estado, merecia muito um empreendimento desta natureza”. 

O Complexo Porto Novo Recife que além de um belíssimo hotel, é um projeto arrojado do premiado arquiteto Jerônimo Cunha Lima, prédio de cinco andares inspirado numa embarcação dos quais em quatro pisos se localizam os 300 apartamentos, destes 20 suítes, com inclinação de 59 graus. O Hotel tem a bandeira Novotel da cadeia Accor e oferecerá serviços como academia, spa, piscina, bar, três restaurantes e mais, um rooftop. O hotel é classificado como quatro estrelas e será o Novotel Recife Marina.

O Complexo, ainda, dispõe de uma Marina Internacional com capacidade para até 200 embarcações pois tem píeres flutuantes. A Recife Marina tem lojas de produtos e serviços náuticos.

O empreendimento, também, oferecerá o Recife Expo Center, um Centro de Convenções que tem uma área de 7 mil m² localizado, ao lado, no Cais de Santa Rita. Tem um pavilhão de 4.100 m² e um auditório com capacidade para 1.500 pessoas. O Centro de Convenções possui dez salas multifuncionais com capacidade de 100 a 190 pessoas.  

Como gerador de empregos diretos, o Complexo recrutou mão de obra das comunidades do Pilar e de Brasília Teimosa. O empreendimento deverá absorver até 300 funcionários.

A propósito da localização do equipamento em relação ao turismo, vale destacar as atrações do Recife Antigo, como o Marco Zero, o Parque das Esculturas Francisco Brennand, o Centro do Artesanato, o Cais do Sertão, a Cruz do Patrão, a Igreja da Madre de Deus, a Igrejinha do Pilar, o Paço Alfandega, a Praça do Arsenal, a encantadora rua do Bom Jesus (antiga rua dos Judeus) onde fica a Primeira Sinagoga das Américas, a Sinagoga Kahal sur Israel, a Torre Malakoff e o Forte do Brum. E mais, o Complexo hoteleiro tem a sua frente, os principais bairros do centro histórico de Recife - Santo Antônio e São José - com suas famosas ruas, praças e monumentos, como a Basílica do Carmo, a Capela Dourada, a Igreja e o Pátio de São Pedro dos Clérigos, a Praça da República que abriga o Palácio do Campo das Princesas, o Teatro de Santa Isabel e o Palácio da Justiça; a Igreja da Conceição dos Militares,  a Basílica da Penha ao lado do centenário Mercado de São José, a Casa da Cultura, o Museu do Trem, o Forte das Cinco Pontas, a Matriz de São José, dentre outros famosos prédios como o Arquivo Público e o Gabinete Português de Leitura, ambos na Rua do Imperador e o prédio do Diário de Pernambuco, uma legenda. 

Pois bem, os hospedes do Novotel Recife Marina dispõem de todas estas atrações e roteiros turísticos podendo faze-lo até a pé. Atravessando, inclusive as nossas Pontes Mauricio de Nassau, a Buarque de Macedo e a Giratória. Além dos passeios românticos de Catamarã. 

Vale lembrar que o Complexo Porto Novo Recife fica à beira da saída para zona sul da capital pernambucana junto às Torres Gêmeas e do Cais José Estelita, a caminho de Boa Viagem.

Por uma feliz coincidência, enquanto era inaugurado o Complexo hoteleiro Porto Recife, dava-se início as comemorações do bicentenário da Confederação do Equador. Pernambuco sempre foi conhecido por suas ideias libertárias o que lhe custou muito caro. Por lutar pela Independência e pela República. Perdeu Alagoas, em 1817. E a Comarca de São Francisco para a Bahia, em 1824. Mas ganha, na eterna luta pela liberdade e pela democracia. Liberdade que se espelha no exemplo da coragem dos empresários pernambucanos de empreender, de investir, de ousar, da busca que não se limita a nossas fronteiras e nossos limites territoriais do Estado.

Quem sabe imbuídos do espírito de Frei Caneca do Amor Divino!

*Empresário e ex- Presidente Nacional da Abrajet
[email protected]

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