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OPINIÃO

Ruim com cana, pior sem ela 

O setor da agroindústria canavieira do Nordeste reuniu-se nesta semana com a diretoria do Banco do Nordeste em grande evento ocorrido na Usina Estivas no Rio Grande do Norte.
O importante encontro, congregando várias entidades de classe do setor, representando usinas e fornecedores de cana, foi promovido por Eduardo de Queiroz Monteiro, presidente do Grupo EQM.

Paulo Câmara, ex-governador de Pernambuco e atual presidente do BNB, registrou durante o evento o reconhecimento pela instituição da importância da multissecular atividade canavieira como um dos mais destacados pilares da economia nordestina como vetor de emprego e renda na região mais carente do Brasil.

Com efeito, o BNB, principal agente de fomento regional, vem tentando aperfeiçoar mecanismos e canais de interação com o setor da Agroindústria Canavieira e seus agentes envolvidos, trabalhadores, produtores de cana e unidades produtoras de açúcar, etanol e energia, nas várias vertentes da demanda setorial por recursos necessários à manutenção e desenvolvimento da atividade tanto agrícola quanto industrial.

Por outro lado, um dos principais pontos abordados durante o encontro com o presidente Paulo Câmara e sua diretoria foi a grande preocupação do setor no enfrentamento de mais um recorrente episódio de seca na Região, com maior intensidade nas áreas situadas na Zona da Mata Norte de Pernambuco, estendendo-se até a Paraíba, comprometendo fortemente os resultados projetados para a atividade na safra em curso como também nas projeções para o período vindouro.

Sob esse aspecto, urge a adoção de providências técnicas capazes de mitigar os danosos efeitos do fenômeno climático, com a adoção de projetos já elaborados há tempos e apresentados ao governo de Pernambuco, aguardando sua viabilização financeira, inclusive com o concurso do BNB.

Um dos projetos elencados, que se apresenta com  forte efeito multiplicador para a economia regional, foi denominado “Águas do Norte”, encampado pela Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco, bem como pela UNIDA - União Nordestina dos Plantadores de Cana, através de seus respectivos diretores, Alexandre Andrade Lima, Pedro Campos Neto e José Inácio de Morais Andrade.

Vale ressaltar que a Zona da Mata Canavieira do Nordeste contabiliza cerca de 200 municípios, com população direta e indiretamente afetada da ordem de sete milhões de habitantes, ou aproximadamente dez por cento da população regional.

Observamos que a cultura canavieira, a despeito da capacidade de suportar os naturais movimentos climáticos de falta ou excessos hídricos, não suporta oscilações mais agudas, carecendo assim de mecanismos de proteção no enfrentamento de situações como a que ora se enfrenta. Lembrando que a atividade é responsável por mais de quinhentos mil empregos diretos e indiretos na Região.

Pelo exposto, aproveitamos o ensejo para renovar o apelo setorial por indispensável socorro neste Natal, de sorte que possamos sonhar com anos vindouros de esperanças na atividade, carro-chefe na dura tarefa de empreender no Nordeste.

Feliz Natal!
 

* Consultor empresarial ([email protected]).

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