Sex, 26 de Dezembro

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opinião

Terrível privilégio

Por incrível que pareça, podemos desde já considerar um verdadeiro e triste “privilégio”, estar testemunhando um dos mais dramáticos acontecimentos da história moderna, que aparentemente está apenas começando, prometendo apresentação grandiosa de emocionantes características circenses, “acomodem-se senhoras e senhores que já vai começar o maior espetáculo da Terra”, anunciou o palhaço mestre de cerimônias de malabaristas, mágicos, trapezistas com formidáveis saltos mortais, engole fogo,e  muitos outros como o homem bala e equilibristas.

Na certeza de que brevemente a indústria cinematográfica vai produzir obra de grande impacto audiovisual, inspirada nos acontecimentos de hoje, temos a perfeita sensação de ainda estarmos aqui como vítimas, sentindo todos os mortais efeitos da exuberante amostragem do que está a caminho, provável best-seller, roubando a cena de “Terremoto”, “Naufrágio do Titanic”, “Odisseia no espaço” e outras obras do gênero, catástrofe, suspense e terror roubando a cena, reeditando os grandes dramas e desastres da humanidade.

Certamente terão lugar nas telas do futuro, figuras históricas como Nero, Hitler, Stalin, Saddam Hussein, Pinochet e evidentemente os de hoje, cruéis, ameaçadores, “Coringas”, palhaços ridículos, de pose e pensamento, desprovidos de vergonha, carentes de autocrítica e outros predicados.

Metáforas e referência de todos os tempos a parte, chega-se à conclusão de que a tenebrosa coleção de seres dessa espécie, no ontem e no hoje, tem um traço comum que os caracteriza, a soberba, a ousadia doentia, a empáfia e de forma surpreendente a incontida vontade de amedrontar os outros, a sede de poder, a pretensa autossuficiência material e mental se bastam na face da Terra, que desprezam e ignoram, transformando tudo e todos em marionetes, bonecos de torturas, dolorosas alfinetadas.

O fenômeno é psíquico, evidenciando no semblante o distúrbio mental, são desprovidos de qualquer credo que não seja o cifrão, de trilhão pra cima, e o poder bélico de última geração, elementos capazes de neutralizar leis e regras de caráter humanitário, onde quer que se apresentem, podem tudo e não permitem nada, absolutamente nada à ninguém, a existência só existe se for consentida, se lhes agradar reverenciado e temido. 

Isto posto, a esperança no milagre divino é literalmente o que nos resta, já que alertas e recomendações de cunho ético, democrático, civilizado, humanitário como condições à vida em sociedade, não tem se mostrado suficiente ao atômico processo do “quero, posso e mando”, que está em curso.

Que Deus nos acuda! 

 

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