Um parque para a cidadania
No segundo dia de 2025, o parque 13 de maio, um dos mais emblemáticos da cidade, cuja criação remonta ao ano de 1885, quando teve seu primeiro desenho aberto ao público, viu sua rica história ser reescrita ao ter inaugurada uma Praça da Infância, acompanhada de mais um Ponto de Leitura da Rede de Bibliotecas pela Paz.
Além da requalificação total de um quadrante inteiro do parque, a instalação do ponto, nas gaiolas do minizoo inaugurado nos anos 1970, elevam o 13 de maio a um novo paradigma de espaço público, dotado das funcionalidades típicas de sua época, portanto tombadas pelo patrimônio histórico, aliado às inovações advindas de algumas das políticas públicas mais arrojadas da atual gestão.
A primeira política pública é a da primeira infância, cuja gênese intersetorial conclama todas as áreas da prefeitura a atuarem em prol das crianças, já que essa janela de oportunidades na vida dos pequenos (0 aos 6 anos) deve ser amplamente estimulada e protegida.
No parque, crianças e seus cuidadores encontrarão espaço para o exercício de direitos fundamentais para seu pleno desenvolvimento, como “o brincar livre” e em contato com o verde, além da possibilidade de usufruir da cidade com segurança, em convivência familiar e comunitária, como determina o Estatuto da Criança e do Adolescente.
A segunda política pública é a de Livro, Leitura e Literatura, instituída pelo Prefeito João Campos através do Programa “Recife Cidade Leitora” (Decreto nº 35.746/2022), que previu a expansão das bibliotecas públicas municipais e criou a figura do ponto de leitura como espaço que disponibiliza livros e atividades para estimular cidadãos, de todas as idades, a ler e os convida a um mergulho em tudo que os livros podem ofertar.
Não à toa, a sede do ponto se chama espaço Liberdade, em alusão ao que a leitura possibilita na vida das pessoas, e em referência ao destino dos pássaros que ali viviam.
Juntas, essas duas políticas atestam a premissa do urbanismo social que dá origem aos Compaz Recife, e que são arrimo para tantas outras ações da gestão municipal, já consagradas nos novos parques, nas intervenções em morros e habitacionais.
A integração das políticas públicas nos territórios, com escuta e foco, oferece as melhores soluções para a cidadania, ao tempo em que promove mais efetivamente o direito à cidade.
Advogado e professor de Direito da Unicap.
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