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OPINIÃO

"Vamos sorrir, sorriam!"

O Brasil conseguiu restaurar sua fragilizada autoestima, com o concurso do trio, o Rei Momo, Walter Salles e da rainha Fernanda Torres, orgulho nacional. 

Como Deus é brasileiro, fez coincidir o carnaval com o evento do Oscar, para emoldurar esse milagroso momento de confraternização, de trégua no antagonismo que envenena o país. 

A cultura em seus múltiplos aspectos mais uma vez se revela como nossa arma secreta, convocada à nos socorrer em caráter emergencial nas situações “especiais”, ora para enfrentar os adoradores do mau, praga resistente de difícil combate, ora como alerta para o que possa advir a qualquer momento ou logo mais com dia e hora marcada num futuro próximo.

Estamos e continuaremos aqui de plantão, sorrindo discreta ou ostensivamente, gargalhando de alívio e contagiante alegria nesse pós-carnaval histórico, capa de mais um capítulo da saga em busca de justiça, liberdade, bastiões da Democracia. 

O Oscar e as reações aos premiados, vem contribuindo sobremodo para revelar aos mais jovens as intenções dos personagens que moldaram um cruel passado sombrio, e a expectativa dos seus sucessores ideológicos na retomada do terrível processo, que deixou milhares de mortos e feridos físico e mentalmente, que futuras gerações se encarregarão de sepultar.

Os recentes episódios de dimensão global, que tem assustado a humanidade, desprovidos de cunho humanitário, ético e civilizado, tem disseminado as sementes do mau, atingindo o Brasil e seus vizinhos, com ameaças veladas e explicitas, criando ambiente de hostilidade e litigância pérfida incompatível com o que se esperava dos avanços civilizatórios do século XXI.

Sem prejuízo do nosso reconhecimento à Democracia liderando escudo protetor consubstanciado no nosso aparato constitucional, que tem resistido as recentes investidas, a ferramenta representada pela cultura em suas múltiplas facetas se revela como destacada e eficiente arma à nos proteger de novas e prováveis tentativas de golpe gestadas pelos falsos autodenominados “patriotas”, ridículos, ignorantes, bárbaros, ávidos por poder a qualquer custo, sem limites em suas maléficas intenções.

Por tudo isso, talvez fosse interessante solicitar a Walter Salles, que a estatueta outorgada ao Brasil pela importante conquista, tivesse a sua guarda confiada ao Governo Federal para exibição no Palácio do Planalto, como amuleto símbolo protetor da Democracia, precavendo o risco de retorno a qualquer título da horda de malfeitores, que noutro dia depredaram o mais importante espaço público do país.

Como no Brasil o ano só começa depois do carnaval, Feliz Ano Novo! à multidão dos verdadeiros patriotas da Nação.



* Consultor empresarial (mgmaranhao@gmail.com).

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