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Venezuela

Oposição anuncia nova candidata após prisão de dirigentes de María Corina Machado, inábil

María Corina Machado, que venceu as primárias da oposição por mais de 90% dos votos, anunciou a professora universitária Corina Yoris como sua substituta

María Corina Machado (à esq.), líder da oposição venezuelana, e Corina Yonis (à dir.), candidata que a substituirá nas eleições presidenciais María Corina Machado (à esq.), líder da oposição venezuelana, e Corina Yonis (à dir.), candidata que a substituirá nas eleições presidenciais  - Foto: Reprodução/Vídeo

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, inabilitada a concorrer às eleições contra o presidente, Nicolás Maduro, anunciou nesta sexta-feira a candidata que a substituirá na corrida eleitoral: Corina Yoris, professora universitária e filósofa. A notícia acontece dois dias depois do Ministério Público emitir nove mandatos de prisão contra dirigentes do partido de María Corina, o Vem Venezuela, pelo suposto planejamento de "ações desestabilizadoras" no país. O período de inscrições dos nomes que disputarão o pleito, em 28 de junho, começou nesta quinta-feira e durará até segunda.

Yoris integrou a comissão organizadora das primárias da oposição, realizadas em 22 de outubro do ano passado, nas quais María Corina venceu com mais de 90% dos votos, mesmo inabilitada em junho, pelo período de 15 anos, pelo Tribunal Superior de Justiça, controlado pelo chavismo.

— É uma pessoa da minha total confiança, honrada, que vai cumprir esse trâmite com o apoio e a confiança de todos — afirmou María Corina, durante coletiva de imprensa, destacando que "a luta pela [sua] habilitação não vai parar".

Durante o discurso, a líder da oposição disse estar "muito emocionada", destacando a escolha por Corina Yoris como um indicativo de que seu grupo político "não vai desistir".

— Hoje é um grande dia. Nós demos um grande passo para a vitória eleitoral, onde vamos derrotar Nicolás Maduro este ano. Estamos dispostos a fazer todo o possível pela Venezuela, pelos nossos filhos, pela liberdade — declarou Mária Corina. — O regime quer acabar com o caminho da via eleitoral e negar a todos os venezuelanos o caminho da mudança, da liberdade e da paz. Mas não vamos desistir! Estamos decididos a avançar e a fazer o que tiver que ser feito para nos mantermos na disputa — afirmou a política, antes de anunciar o nome de Yoris.

Depois de esgotar todos os recursos para viabilizar seu nome para as eleições, María Corina se viu diante de um beco sem saída após o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, acusar, na quarta-feira, vários membros do seu partido de planejar um motim com o objetivo de forçar a sua candidatura. O principal nome para sucedê-la na campanha, sua secretária particular Magalli Meda, estava entre os alvos dos mandados de prisão.

Em entrevista coletiva na quarta, ela defendeu a inocência dos aliados e disse que a data "ficará marcada na História como o dia da infâmia".

— Hoje, o regime, pela força, pode tentar atrasar a transição [democrática], mas não pode evitá-la. Isso já está em processo — afirmou a política na ocasião.

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