Oposição convoca 'enorme' protesto 'dentro e fora' da Venezuela para 1º de dezembro
Ação é contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro, em meio a denúncias de fraude
A oposição venezuelana, liderada por María Corina Machado e Edmundo González Urrutia, convocou, neste sábado (23), um "enorme" protesto no próximo 1º de dezembro contra o presidente Nicolás Maduro, cujo pelotão está previsto para janeiro, após ser proclamado reeleito em meio a denúncias de fraude.
“Temos que já agir, neste 1º - de dezembro - será um protesto único, inédito (...) O mundo inteiro vai se concentrar na causa de um país que decidiu avançar até o final”, disse Machado em um encontro virtual com líderes e ativistas da oposição.
Um líder, que está escondido após ser ameaçado de prisão, acrescentou: “Que seja um grande protesto dentro e fora da Venezuela”. Machado também prometeu ações “mais firmes e seguras” no período anterior ao dia 10 de janeiro, quando o presidente da Venezuela tomará posse.
Machado e seu candidato, González Urrutia, denunciaram fraude nas eleições de 28 de julho, quando o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro como vencedor sem mostrar uma coleção detalhada de votos.
A oposição reivindicou a vitória de González Urrutia, alegando que tinha 80% das cópias dos resultados oficiais que comprovavam sua vitória e conforme publicado em um site. Os protestos eclodiram e deixaram 28 mortos, 200 feridos e mais de 2.400 presos.
O governo rejeitou as cédulas e disse que elas eram falsas, e o Ministério Público anunciou uma investigação contra os líderes da oposição e pediu a prisão de González Urrutia.
Os protestos diminuíram em meio a denúncias de uma “onda de repressão” que também deixou vários ativistas e líderes da oposição detidos ou escondidos. As últimas manifestações não foram multitudinárias.
González Urrutia acabou exilando-se na Espanha, mas prometeu que tomará posse como presidente da Venezuela em 10 de janeiro. “Não há dúvida sobre isso”, reiterou ele na reunião virtual.
“Estamos lutando, estamos liderando nossa voz, a voz de todos os venezuelanos no exterior. Viemos de um giro muito bem sucedido por várias capitais europeias, estivemos em Portugal, na Itália, em Bruxelas, e em todas elas encontramos uma grande receptividade às nossas propostas”, disse González Urrutia.
A oposição espera que a pressão internacional sobre o governo de Maduro aumente após o reconhecimento do opositor como “presidente eleito” por países como Estados Unidos, Itália e Equador.