Logo Folha de Pernambuco

VENEZUELA

Oposição pede anulação da decisão que validou vitória de Maduro na Venezuela

"Nossa democracia está ameaçada, está em risco. Nossa República está em risco. A paz e a convivência dos venezuelanos estão sendo violadas", declarou Márquez

O ex-candidato presidencial venezuelano Enrique Márquez (D) mostra um documento ao lado do ex-prefeito venezuelano de Caracas Juan Barreto após deixar uma reunião na Suprema Corte de Justiça em Caracas O ex-candidato presidencial venezuelano Enrique Márquez (D) mostra um documento ao lado do ex-prefeito venezuelano de Caracas Juan Barreto após deixar uma reunião na Suprema Corte de Justiça em Caracas  - Foto: Juan Barreto / AFP

O ex-candidato presidencial venezuelano Enrique Márquez, acompanhado por cerca de 20 chavistas dissidentes, solicitou à Suprema Corte do país a anulação da sentença dessa mesma instância que validou a contestada reeleição do presidente Nicolás Maduro.

O opositor Márquez, ex-diretor do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), apresentou o recurso à Sala Constitucional do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), acusado de servir ao chavismo no poder.

"Estamos pedindo e mostrando os vícios de inconstitucionalidade que apresenta a sentença número 31 do mês de agosto passado (...) Mostramos os vícios de inconstitucionalidade, sobretudo a violação da soberania popular garantida no sufrágio do devido processo", disse Márquez a jornalistas após entregar o documento.

Ele se refere à certificação feita pelo TSJ dos resultados das eleições de 28 de julho, nas quais Maduro foi proclamado vencedor enquanto a oposição denunciava fraude e reivindicava a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia.

Márquez, um dos 10 candidatos, participou do processo solicitado pelo próprio Maduro. O TSJ certificou a reeleição de Maduro após um perito afirmar que havia analisado as caixas com as cédulas de votação do CNE, que até hoje não publicou a apuração detalhada, seção por seção, como exige a lei. O conselho também é acusado de trabalhar para o governo.

"Nossa democracia está ameaçada, está em risco. Nossa República está em risco. A paz e a convivência dos venezuelanos estão sendo violadas", insistiu Márquez.

O TSJ - que indicou que a sentença que ratifica a vitória de Maduro é irrecorrível - prometeu a Márquez iniciar o processo em cinco dias.

O recurso foi assinado digitalmente por milhares de pessoas e recebeu o apoio de antigos funcionários do alto escalão do chavismo, que desertaram após a chegada de Maduro ao poder.

"Traidor é quem pretende sequestrar a vontade popular", disse à AFP María Alejandra Díaz, uma aliada próxima do falecido líder socialista Hugo Chávez, predecessor de Maduro, com quem rompeu.

Hoje, ela apoia o recurso de Márquez: "Militamos em calçadas diferentes, hoje não há calçadas, mas sim o povo unido, mesmo que pensando de forma diferente, defendendo a Constituição".

"Lamentavelmente, a era pós-Chávez é uma era sombria, uma era que se centrou no autoritarismo, em ignorar os direitos dos trabalhadores, a própria Constituição", acrescentou Díaz.

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter