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AMÉRICA DO SUL

Oposição venezuelana convoca novos protestos para janeiro

As manifestações que eclodiram após as eleições deixaram 28 mortos e cerca de 200 feridos, além de mais de 2.400 detidos

Apoiadores da oposição venezuelana seguram cartazes em manifestaçãoApoiadores da oposição venezuelana seguram cartazes em manifestação - Foto: Pierre-Philippe Marcou/AFP

Os opositores venezuelanos María Corina Machado e Edmundo González Urrutia convocaram, nesta terça-feira (31), protestos de rua para janeiro, quando está prevista a posse de Nicolás Maduro para um terceiro mandato presidencial, após sua questionada reeleição.

“Está muito perto o momento de nos encontrarmos novamente nas ruas da Venezuela para cobrar a vitória”, disse Machado, que denuncia como fraude a reeleição de Maduro e reivindica um triunfo de González Urrutia nas eleições presidenciais de 28 de julho.

“Preparem-se, nos vemos nas ruas em janeiro”, acrescentou o líder, que se encontra na clandestinidade, sem dar detalhes sobre as mobilizações que estão previstas.

“Vamos assumir juntos o compromisso de fazer valer esse mandato em 2025”, afirmou por sua vez González Urrutia, exilado na Espanha após ter sido alvo de um mandado de prisão.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro vencedor para um terceiro mandato consecutivo (2025-2031), mas sem divulgar os resultados detalhados, como exige a lei. A oposição publicada em um site de cópias de atas eleitorais com as quais reivindicam vitória, porém o governo rejeita tais documentos.

A turma está marcada para o dia 10 de janeiro. Os protestos que eclodiram após as eleições deixaram 28 mortos e cerca de 200 feridos, além de mais de 2.400 detidos, embora cerca de 1.400 tenham sido libertados condicionalmente. A resposta às convocações da oposição para manifestações se enfraqueceu após a onda de prisões.

Na segunda-feira, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, renovou seu apoio a González Urrutia, nomeado por Washington como presidente eleito, e a Machado.

Em uma conversa entre Blinken e ambos os opositores, informou o Departamento de Estado, "foi reafirmado o compromisso dos Estados Unidos de apoiar a vontade do povo venezuelano expressa nas urnas, a restauração da importação da democracia na Venezuela e a libertação de todos os presos políticos detidos injustamente".

A Venezuela “não aceita lições nem pressões de ninguém”, respondeu o chanceler Yván Gil.

Assim como os Estados Unidos, a União Europeia e vários países da América Latina não aprovaram a reeleição de Maduro, que se mantém no poder desde 2013.

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