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VENEZUELA

Opositor González Urrutia 'será detido' se pisar na Venezuela, diz ministro do Interior

No domingo, González Urrutia pediu apoio às Forças Armadas, cujo alto comando expressou "lealdade incondicional" a Maduro

O Ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello.O Ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello. - Foto: Ministério do Interior e Justiça da Venezuela / AFP

O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, alertou, nesta segunda-feira (6), que o opositor exilado Edmundo González Urrutia, que reivindica ter vencido o presidente Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho, será preso se voltar ao país.

"Terei prazer em recebê-lo (...). O senhor González Urrutia sabe que assim que colocar um dedo na Venezuela será preso", disse Cabello ironicamente em entrevista coletiva, após a promessa do opositor de retornar ao país sul-americano para tomar posse no dia 10 de janeiro, quando Maduro planeja ser empossado perante o Parlamento para um terceiro mandato (2025-2031).

"Edmundo González Urrutia, se puser um pé na Venezuela será preso e julgado", insistiu.

No domingo, em meio à sua viagem internacional, González Urrutia pediu apoio às Forças Armadas, cujo alto comando expressou "lealdade incondicional" a Maduro.

"Em 10 de janeiro, pela vontade soberana do povo venezuelano, devo assumir o papel de comandante-em-chefe", disse o diplomata de 75 anos em um vídeo nas redes sociais, enquanto María Corina Machado, líder da oposição, convocou protestos para o dia 9.

Cabello respondeu, afirmando que "o quartel está tranquilo".

Uma ampla mobilização de segurança foi ordenada nas ruas.

Maduro foi proclamado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) com 52% dos votos, sem que até agora tenha sido publicada uma apuração detalhada, como exige a lei.

A oposição, por sua vez, publicou em um site cópias dos registros eleitorais que sustentam a vitória de González Urrutia com mais de 70% dos votos, documentos cuja validade o chavismo nega.

Os protestos pós-eleitorais foram duramente reprimidos pelas forças de ordem, resultando em 28 mortes e cerca de 200 feridos, além de 2.400 detenções. Três dos detidos morreram na prisão.

"A Venezuela está em paz. Aqueles que querem perturbar a paz, assumam as consequências", disse Cabello.

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