Logo Folha de Pernambuco

política

Opositor russo libertado pede para evitar dar a Putin uma porta de saída na guerra da Ucrânia

Kara-Murza, filho de um dissidente soviético, foi preso por criticar a invasão russa da Ucrânia e condenado em abril de 2023 a 25 anos de prisão por "traição"

O ativista político russo-britânico, jornalista, autor, cineasta e ex-prisioneiro político Vladimir Kara-MurzaO ativista político russo-britânico, jornalista, autor, cineasta e ex-prisioneiro político Vladimir Kara-Murza - Foto: Joel Saget / AFP

O opositor russo Vladimir Kara-Murza pediu nesta segunda-feira (9) aos países ocidentais que não ofereçam uma saída ao presidente russo, Vladimir Putin, na guerra na Ucrânia, acreditando que o fim do seu governo seria a única solução para a paz.

"É muito importante não permitir que Vladimir Putin vença a guerra contra a Ucrânia", disse Kara-Murza em entrevista à AFP em Paris.

O opositor, que se deslocou nesta segunda-feira para a França para uma reunião com o presidente Emmanuel Macron, foi libertado em agosto como parte de uma troca de prisioneiros entre países ocidentais e os seus aliados com a Rússia.

Kara-Murza, filho de um dissidente soviético, foi preso por criticar a invasão russa da Ucrânia e condenado em abril de 2023 a 25 anos de prisão por "traição" e divulgação de "informações falsas" sobre o Exército russo.

Ao chegar à França depois de visitar países como a Alemanha, opinou que havia "fadiga" nas sociedades ocidentais devido à guerra que começou com a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022 e insistiu que "o regime de Putin deve ser derrotado".

Este homem de 43 anos, formado na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, para onde emigrou quando adolescente, atacou a "realpolitik" ocidental nas suas relações com a Rússia, o que, na sua opinião, transformou Putin "no monstro que é hoje".

"Deus me livre, mas se for permitido ao regime de Putin apresentar o resultado desta guerra como uma vitória e sobreviver no poder, dentro de um ano ou 18 meses estaremos falando de outra guerra, conflito ou outra catástrofe", estimou.

Kara-Murza, um cidadão russo e britânico, disse que ficaria "honrado" em ir à Ucrânia para se encontrar com o presidente Volodimir Zelensky e defendeu construir pontes entre os movimentos pró-democracia ucraniano e russo.

"Teremos que encontrar formas de viver juntos e superar esta terrível tragédia que o regime de Putin desencadeou", acrescentou o opositor, que reconheceu, no entanto, que este processo não será "fácil" nem "rápido", mas será "possível".

Veja também

Juiz adia indefinidamente anúncio da sentença de Trump no caso Stormy Daniels
Estados Unidos

Juiz adia indefinidamente anúncio da sentença de Trump no caso Stormy Daniels

O que se sabe sobre o míssil hipersônico russo 'Oreshnik' lançado contra a Ucrânia
míssil

O que se sabe sobre o míssil hipersônico russo 'Oreshnik' lançado contra a Ucrânia

Newsletter