Opositor russo Vladimir Kara-Murza é julgado por traição em Moscou
Líder da oposição está sendo acusado de traição por denunciar o país
Um tribunal de Moscou iniciou, nesta segunda-feira (13), o julgamento a portas fechadas do opositor russo Vladimir Kara-Murza, que pode ser condenado a até 20 anos de prisão por traição, em um novo capítulo da repressão aos críticos do Kremlin.
As autoridades russas intensificaram a perseguição aos opositores do governo de Vladimir Putin desde sua ofensiva na Ucrânia, sendo o caso de Kara-Mourza um dos mais emblemáticos.
Leia também
• Ucrânia denuncia "o sequestro" de crianças enviadas à Rússia
• Ministro da Defesa acusa Rússia de "guerra híbrida" contra Moldávia
• Rússia e ONU negociam em Genebra extensão de acordo sobre cereais
O líder da oposição está sendo acusado de traição por denunciar o país em aparições públicas no exterior, disse seu advogado à agência de notícias estatal russa Tass.
"Por ser um verdadeiro patriota russo, ele é acusado de traição por sua incansável luta por uma Rússia sem Putin", escreveu sua esposa, Yevguenia, no Twitter.
O oponente, em prisão preventiva desde abril de 2022, também enfrenta outras acusações, que determinam duras penas de prisão.
De acordo com a promotoria, uma delas é por espalhar "informações falsas" sobre os militares depois de fazer um discurso aos legisladores americanos no Arizona, em março de 2022, durante o qual criticou a ofensiva russa na Ucrânia.
Na outra, em agosto de 2022, o homem de 41 anos é associado a uma "organização indesejada" por organizar uma conferência de apoio aos presos políticos na Rússia.
As autoridades ainda abriram um terceiro processo por "traição", o mais grave dos delitos.
Kara-Mourza, por sua vez, alega ter sofrido duas tentativas de envenenamento, em 2015 e 2017, que associa ao Governo russo.