Opositora Machado pede que "luta" continue na véspera de manifestações na Venezuela
A autoridade eleitoral da Venezuela ainda não publicou as atas de votação
A líder opositora venezuelana, María Corina Machado, fez um apelo, nesta sexta-feira (16), para que se mantenha "a luta e a força" na véspera de um novo dia de mobilizações na Venezuela e no exterior, em repúdio à questionada reeleição do presidente Nicolás Maduro, que considera fraudulenta.
A oposição, que reivindica a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia, convocou para sábado (17) o "Grande Protesto pela Verdade" em mais de 300 cidades da Venezuela e do mundo, incluindo a capital, Caracas, onde Machado deverá participar. Enquanto isso, o chavismo também prepara sua mobilização.
"Aqui todo mundo tem que manter a luta e a força", disse Machado em uma transmissão ao vivo pelo Instagram com influenciadores venezuelanos, que ultrapassou os 59.000 espectadores.
Leia também
• Justiça da Venezuela inicia perícia de atas e documentos eleitorais
• Venezuela: mães criticam condições de detenção de filhos, alguns adolescentes, em meio à repressão
• Lula diz não concordar com nota do PT sobre as eleições na Venezuela
"Quando você sabe que está despido, então o que você faz: mentiras, repressão, violência e desmoralização. A desmoralização é a estratégia do regime" de Maduro, declarou.
Machado ainda destacou que "será um dia histórico" e que "isto não tem volta (...) vamos juntos até o fim", acrescentou.
Maduro foi proclamado vencedor da eleição de 28 de julho para um terceiro mandato de seis anos com 52% dos votos. A oposição afirma, por sua vez, que possui cópias de mais de 80% das atas de votação que, segundo eles, atestam sua vitória por uma margem muito ampla.
Horas após o anúncio da vitória de Maduro, eclodiram protestos que deixaram 25 mortos e mais de 2.400 detidos.
A autoridade eleitoral da Venezuela ainda não publicou as atas de votação, o que desencadeou uma onda de descrédito no processo eleitoral e pedidos internacionais por transparência.
Brasil e Colômbia, que lideram esforços diplomáticos para destravar o conflito, propuseram novas eleições presidenciais, uma ideia descartada por Maduro e Machado.
A opositora afirmou que a "cada dia que passa o regime fica mais fraco e nós ficamos mais fortes. Não é verdade que o tempo esteja a favor deles", declarou na transmissão.