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órgãos infectados

"Investigados emitiram dezenas de resultados com falso positivo e negativo para HIV", diz promotora

Alegação foi feita em manifestação do Ministério Público para prorrogar a prisão de quatro investigados no caso da PCS Lab Saleme

Emissão de laudos errados que resultaram no transplante de órgãos infectados com HIV Emissão de laudos errados que resultaram no transplante de órgãos infectados com HIV  - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Em manifestação à Justiça do Rio para prorrogar a prisão dos investigados no caso dos órgãos transplantados com HIV, a promotora Elisa Ramos Pittaro Neves, do Ministério Público do Rio de Janeiro, afirmou que os suspeitos e o laboratório PCS Lab Saleme "já emitiram dezenas de resultados com falso positivo e falso negativo para HIV, inclusive em exames de crianças".

Segundo a promotora, os envolvidos respondem "a inúmeras ações indenizatórias por danos moral e material, de forma que a reiteração dessa conduta demonstra total indiferença com a vida e a integridade física e psicológica de seus clientes, e da população como um todo."

Na argumentação para manutenção da prisão dos investigados, a promotora Elisa Ramos Pittaro Neves ainda pontua que a prisão é necessária, considerando "o total desrespeito à vida de um número indeterminado de pessoas, movida pela ganância e pelo lucro, capazes de ignorar a extensão do dano de seus comportamentos criminosos, algo sem precedentes no Brasil".

Em resposta, nesta quinta-feira (17), a Justiça do Rio decidiu prorrogar a prisão temporária dos quatro presos. Walter Vieira, Jacqueline Iris Barcellar de Assis, Walter Vieira, Cleber de Oliveira Santos e Ivanildo Fernandes dos Santos continuarão presos por mais cinco dias.

No fim da tarde de ontem, a Secretaria de Saúde do Estado informou que todos os exames de sangue doadores da Central de Transplantes que tiveram laudo emitido pelo laboratório PCS estão sendo reavaliados pelo Hemorio e os resultados serão divulgados "quando os laudos forem concluídos".

Sobre a investigação, o Governo do Estado disse, em nota, que "determinou uma ampla investigação reunindo vários órgãos para assegurar rigor na identificação desse crime, que envolve pacientes da Central de Transplantes. A Polícia Civil prendeu o sócio do laboratório PCS Lab, Walter Vieira, além de outros três funcionários da empresa. Com os avanços na apuração, o inquérito foi reforçado pelo Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), além da Delegacia do Consumidor (Decon). A Controladoria-Geral do Estado também atua no caso avaliando os contratos da Fundação Saúde. Há ainda sindicância aberta pela Secretaria de Estado de Saúde".

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