"Investigados emitiram dezenas de resultados com falso positivo e negativo para HIV", diz promotora
Alegação foi feita em manifestação do Ministério Público para prorrogar a prisão de quatro investigados no caso da PCS Lab Saleme
Em manifestação à Justiça do Rio para prorrogar a prisão dos investigados no caso dos órgãos transplantados com HIV, a promotora Elisa Ramos Pittaro Neves, do Ministério Público do Rio de Janeiro, afirmou que os suspeitos e o laboratório PCS Lab Saleme "já emitiram dezenas de resultados com falso positivo e falso negativo para HIV, inclusive em exames de crianças".
Segundo a promotora, os envolvidos respondem "a inúmeras ações indenizatórias por danos moral e material, de forma que a reiteração dessa conduta demonstra total indiferença com a vida e a integridade física e psicológica de seus clientes, e da população como um todo."
Na argumentação para manutenção da prisão dos investigados, a promotora Elisa Ramos Pittaro Neves ainda pontua que a prisão é necessária, considerando "o total desrespeito à vida de um número indeterminado de pessoas, movida pela ganância e pelo lucro, capazes de ignorar a extensão do dano de seus comportamentos criminosos, algo sem precedentes no Brasil".
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Em resposta, nesta quinta-feira (17), a Justiça do Rio decidiu prorrogar a prisão temporária dos quatro presos. Walter Vieira, Jacqueline Iris Barcellar de Assis, Walter Vieira, Cleber de Oliveira Santos e Ivanildo Fernandes dos Santos continuarão presos por mais cinco dias.
No fim da tarde de ontem, a Secretaria de Saúde do Estado informou que todos os exames de sangue doadores da Central de Transplantes que tiveram laudo emitido pelo laboratório PCS estão sendo reavaliados pelo Hemorio e os resultados serão divulgados "quando os laudos forem concluídos".
Sobre a investigação, o Governo do Estado disse, em nota, que "determinou uma ampla investigação reunindo vários órgãos para assegurar rigor na identificação desse crime, que envolve pacientes da Central de Transplantes. A Polícia Civil prendeu o sócio do laboratório PCS Lab, Walter Vieira, além de outros três funcionários da empresa. Com os avanços na apuração, o inquérito foi reforçado pelo Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), além da Delegacia do Consumidor (Decon). A Controladoria-Geral do Estado também atua no caso avaliando os contratos da Fundação Saúde. Há ainda sindicância aberta pela Secretaria de Estado de Saúde".