Oropouche: SES-PE reúne comunidade científica para discutir doença em Pernambuco
O evento acontece das 8h às 17h30, nesta quinta (1°), no auditório do Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco), no Recife
A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) realiza, nesta quinta-feira (1º), o I Seminário sobre Oropouche em Pernambuco. O evento tem o objetivo de debater temáticas que englobam o cenário da doença no país, diagnóstico, monitoramento de casos e os desafios para a saúde pública.
O seminário vai contar com três mesas de discussão, além de um painel de debates, com a participação do Ministério da Saúde (MS), gestores estaduais de vigilância em saúde e a comunidade científica.
O evento acontece das 8h às 17h30, no auditório do Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco), na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife. O Seminário terá transmissão ao vivo através do Youtube da Fiocruz Pernambuco e da SES-PE.
“A saúde pública está focada e direcionada para o assunto, não só em Pernambuco, mas em todo o Brasil. É uma condição que tem se mostrado emergente e necessita de acompanhamento. Promover esse tipo de encontro, junto de diversas instituições que pesquisam e monitoram a doença é de extrema importância para darmos os direcionamentos técnicos necessários e para a troca de experiências. Nossa equipe está acompanhando todas as investigações de perto”, explicou a secretária estadual de Saúde de Pernambuco, Zilda Cavalcanti.
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Oropouche em Pernambuco
De acordo com a SES-PE, o Estado possui, atualmente, 89 casos confirmados da febre Oropouche. Até o momento, o vírus oropouche isolado foi identificado em pacientes dos municípios de: Jaqueira, Pombos, Água Preta, Moreno, Maraial, Cabo de Santo Agostinho, Rio Formoso, Timbaúba, Itamaracá, Jaboatão dos Guararapes, Catende, Camaragibe, Ipojuca e Aliança.
A SES-PE ainda investiga a possível relação entre a febre e a morte de um feto com 30 semanas de gestação. Caso, que aconteceu em Rio Formoso, na Mata Sul de Pernambuco, é inédito na literatura científica e está sendo debatido com especialistas.
No Brasil, já foram confirmadas duas mortes, na Bahia. Ainda há suspeita de outro óbito por conta da febre de Oropouche, em Santa Catarina, que ainda não foi confirmado.
Evento
A primeira mesa inicia já às 9h, com o tema “Cenário Epidemiológico da Febre Oropouche nas Américas, no Brasil e em Pernambuco”. A mediação vai ser da secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel.
O cenário nas Américas vai ser apresentado por Alexander Rosewell, coordenador da Unidade de Emergências, Evidências e Inteligência em Saúde da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Já o panorama brasileiro vai ser explicado pela coordenadora da Vigilância em Arboviroses do Ministério da Saúde, Lívia Vinhal. A a apresentação sobre Pernambuco vai ser liderada pelo secretário executivo de Vigilância em Saúde e Atenção Primária do Estado, Bruno Ishigami.
O tema da segunda mesa do seminário é: “Os desafios atuais no diagnóstico e no manejo clínico” da febre oropouche, moderada por Danylo Palmeira, presidente da Sociedade Pernambucana de Infectologia (SPI), às 10h20. O momento vai contar ainda com explanações sobre os desafios locais e operacionais para o diagnóstico laboratorial.
Participam também do momento: a diretora do Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE), Keilla Paz; o chefe do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos da Fiocruz, Felipe Naveca, que vai falar sobre o diagnóstico molecular e a análise genômica; e o coordenador de Urgências do Ministério da Saúde, Felipe Reque, que vai explicar sobre a preparação do serviço de assistência para enfrentamento à Febre do Oropouche
Intitulada “Os desafios da vigilância em saúde diante de uma arbovirose emergente com transmissão vertical documentada”, a terceira mesa, a partir das 13h, terá moderação do diretor-geral de Vigilância Ambiental da SES-PE, Eduardo Bezerra.
A mesa contará ainda com a participação dos pesquisadores Alice Varjal (Fiocruz); Bruna Laís, do Instituto Evandro Chagas (IEC), e do pesquisador Demócrito Miranda, do Microcephaly Epidemic Research Group (MERG).
A partir das 15h, o seminário realiza o painel “O estado da arte sobre a história natural da Febre Oropouche”. O momento vai contar com cinco apresentações de diversos especialistas, que vão abordar diversos pontos relevantes a respeito da doença no cenário nacional, com a participação de especialistas de várias regiões.