Os benefícios de comer comida com pimenta todos os dias, segundo a ciência
O pimentão se destaca por adicionar um sabor agridoce, e até mesmo picante, às refeições; o alimento tem impacto direto no combate ao excesso de peso e prevenção de doenças
Os pimentões são um grupo de alimentos tradicionais, presentes nas culinárias de todo o mundo, que se destacam por adicionar um sabor agridoce, e até mesmo picante, às refeições, realçando seu gosto e aroma.
Dentro dessa família, destaca-se o pimentão vermelho, uma fruta proveniente de uma planta conhecida como Capsicum annuum, originária da região do México, Peru e Bolívia.
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— O pimentão pertence à família das solanáceas, assim como as berinjelas, os tomates e as batatas. Trata-se de uma planta comestível composta por propriedades naturais que são benéficos ao organismo — explica Estela Mazzei, nutricionista.
Entre esses benefícios, ela menciona:
Melhora da função do sistema digestivo
Prevenção de doenças crônicas
Controle do peso corporal
O pimentão é geralmente classificado em dois grandes grupos: os doces e os picantes ou amargos. Com o sabor variando conforme a cor.
— O verde ainda não está totalmente maduro, por isso é amargo; o amarelo está na metade do processo de maturação, e o vermelho, que é o mais popular, está completamente desenvolvido e é doce, tendo, portanto, um maior teor de açúcar em comparação com os outros — explica Mazzei.
Quais são os benefícios do pimentão para a saúde?
Embora o consumo de pimentão gere divergências entre as pessoas — algumas relatam dificuldade para digeri-lo, enquanto outras o consomem com frequência —, a verdade é que se trata de um alimento nobre e saudável.
— Um pimentão de 100 gramas contém 25 kcal, 95% de água e 5% de carboidratos — explica a nutricionista Lucila Rosso.
Essa composição torna o pimentão “ideal para consumo nos meses de verão, devido ao seu alto teor de água, que ajuda a manter a hidratação”, destaca Rosso. Além disso, por seu baixo índice calórico, a nutricionista ressalta que o consumo de pimentão é benéfico para quem precisa perder ou controlar o peso.
Em relação aos macronutrientes, o pimentão contém fibra: 100 gramas desse alimento oferecem 0,3 gramas desse nutriente.
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— É verdade que não é muito, mas sua contribuição ajuda a regular a função intestinal e a manter a microbiota em boas condições, um conjunto de micro-organismos presentes no cólon que regulam a saúde do organismo — explica Rosso.
Esse componente também auxilia no trânsito intestinal e promove a sensação de saciedade. A lista é completada pelos micronutrientes, responsáveis pelas funções vitais do organismo. Dentro desse grupo, as vitaminas se destacam, sendo a vitamina C a mais relevante.
— A cada 100 gramas de pimentão cru, encontram-se 127 miligramas de vitamina C. Um dado curioso é que esse valor é o dobro da quantidade presente em cítricos como o limão e a laranja — revela Yael Hasbani, coach de saúde certificada em Nutrição Holística.
Entre as vantagens de seu consumo, destaca-se que “melhora a absorção do ferro e atua como antioxidante, protegendo o corpo do desenvolvimento de possíveis doenças causadas por danos nas células”, explica a especialista.
Também possui vitamina A: 100 gramas de pimentão contêm 157 miligramas desse nutriente quando estão crus e 147 miligramas quando cozidos. Segundo Rosso, seu consumo ajuda a manter a saúde da visão. Além disso, o ácido fólico está presente, e sua função é participar do processo de fertilidade.
— É importante para o desenvolvimento do tubo neural do feto, recomendado para mulheres grávidas — afirma Rosso — Outras de suas funções incluem auxiliar na formação de novas células e no DNA.
Em relação aos minerais, o pimentão contém potássio, importante para a transmissão do impulso nervoso e a atividade muscular; magnésio, que colabora no funcionamento correto do intestino, melhora o sistema imunológico e mantém os ossos e dentes fortes. Por fim, Rosso destaca o fósforo, que, assim como o magnésio, desempenha um papel importante na formação de ossos e dentes.
Quais são os efeitos das variedades picantes na saúde?
A pimenta, ardida como conhecemos, também é da mesma família botânica e gênero do pimentão. Adicioná-la à comida costuma gerar controvérsias. Alguns são fanáticos por esse sabor, enquanto outros preferem evitá-lo. Não existe um meio-termo. No entanto, seu consumo traz uma série de benefícios para o organismo.
As pimentas têm um componente natural chamado capsaicina, uma substância que confere o sabor picante, presente ainda em outros alimentos dessa família, como o ají. A única diferença é que, quanto menor for o tamanho da pimenta, maior será a concentração de capsaicina e, portanto, mais intenso será seu sabor.
Segundo Hasbani, esse ingrediente tem um poder anti-inflamatório e antioxidante, que atua para prevenir o envelhecimento das células e órgãos.
— Graças a essas funções, evita-se o desgaste e, assim, o desenvolvimento de possíveis doenças crônicas, como o câncer ou a artrite — afirma a coach de saúde.
Um relatório da Universidade de Harvard, publicado na revista Harvard Health Publishing, menciona que as pessoas que consomem alimentos picantes, geralmente, ingerem menos sal nas refeições. Portanto, ao reduzir o consumo de sal, a longo prazo, benefícios como a diminuição da pressão arterial e do colesterol podem ser observados.
Além disso, uma pesquisa do British Medical Journal, realizada com 512.891 pessoas entre 30 e 79 anos, descobriu que aquelas que consumiam alimentos picantes diariamente apresentavam 14% menos risco de morte por qualquer doença, em comparação com as que os consumiam apenas uma vez por semana.
Como escolher e consumir os melhores pimentões?
Os pimentões estão disponíveis durante todo o ano, no entanto, sua alta temporada começa no final da primavera e vai até o outono. Nesse sentido, Hasbani revela dois truques para identificar quando uma fruta ou verdura está na temporada. O primeiro está relacionado à variedade, ou seja, se há diversidade de tamanhos, cores e formas.
— Por outro lado, quando você vai à feira e vê um produto em promoção ou com preços mais baixos, isso é um sinal de que ele está na temporada — acrescenta a coach de saúde.
Na hora de selecionar o pimentão, Rosso comenta que o primeiro passo está relacionado ao sabor que se deseja degustar, se mais amargo ou doce. Ela também aponta que o ideal é que o pimentão seja pesado, característica que indica que está maduro. Ao toque, deve ser firme, o que sinaliza frescor, a pele deve ser lisa, sem amassados ou furos, e a cor deve ser brilhante e sem manchas. Em relação ao talo, “deve ser sólido e ter um tom verde vivo”, detalha a nutricionista.
Ela também recomenda armazená-lo na geladeira para que se conserve em melhores condições do que em temperatura ambiente. Embora, “também se possa congelá-lo em sacos plásticos, lavado e cortado, para tê-lo sempre disponível”, acrescenta a especialista.
Em relação às formas de consumir o pimentão, os especialistas consultados ressaltam que o ideal é ingeri-lo cru para evitar a perda de suas propriedades, que ocorrem quando ele é exposto ao calor, como no forno ou na churrasqueira. Dessa forma, sugerem picá-lo bem fininho — para facilitar a digestão — e misturá-lo em saladas.
Outra opção é cozinhá-lo. Como? Salteado na frigideira com um fio de óleo ou assado no forno. Dessa maneira, pode ser incluído em diversas preparações, como salteados ou acompanhamentos.
— Um segredo para conservar suas propriedades sem precisar comê-lo totalmente cru é cozinhá-lo no vapor por um minuto, um tipo de cocção onde a temperatura não é muito elevada, assim não perde os nutrientes — destaca Rosso.
Embora o pimentão tenha características benéficas, há certos grupos populacionais que devem restringir o consumo ou, no mínimo, consumi-lo cozido e sem a pele. Para Rosso, isso se aplica àqueles que sofrem de acidez ou gastrite, pois o pimentão pode irritar a mucosa, a parte protetora do estômago. Isso gera secreção de sucos gástricos, que causam desconforto.
Quando questionados sobre a quantidade recomendada de consumo, os especialistas concordam que depende das necessidades de cada pessoa. No entanto, incentivam os vegetarianos a incorporá-lo com maior frequência semanal, como, por exemplo, três vezes por semana, acompanhado de leguminosas, como lentilhas, pois, devido aos seus altos índices de vitamina C, o pimentão ajuda na absorção do ferro. De qualquer forma, destacam que o ideal é consumir o pimentão em uma alimentação saudável, priorizando uma ingestão variada de frutas e vegetais.
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Embora o consumo de pimentões seja dividido, os profissionais incentivam sua inclusão como uma alternativa saudável e natural na dieta diária. A vantagem é que, durante a sua temporada alta, nos meses de verão, pode ser adquirido e congelado para ser consumido durante todo o ano.