"Os médicos confundiram meu câncer com anorexia", diz mulher de 27 anos
Bella Johnston, perdeu 55 quilos mas a abrupta diminuição do peso foi associada a distúrbios alimentares
Mulheres estão compartilhando nas redes sociais e plataformas de vídeo relatos de momentos em que seus sintomas relacionados ao câncer foram subestimados por profissionais da saúde. Bella Johnston, de 27 anos, aos 14 perdeu mais de 55 quilos em apenas alguns meses, mas os médicos associaram a súbita mudança a distúrbios alimentares, como anorexia e bulimia.
"Assim que os sintomas foram escritos no papel, eles pararam de acreditar em mim. Nunca me ofereceram um exame, uma tomografia computadorizada, uma ressonância magnética ou qualquer coisa. De 2009 a 2014, eu era uma garotinha na Austrália morrendo de câncer, mas todos os médicos me diziam que era um distúrbio alimentar", contou a jovem em um vídeo publicado na plataforma TikTok.
Apenas cinco anos depois, com o agravamento dos sintomas, que Johnston recebeu seu diagnóstico de paraganglioma, um câncer raro que afeta a rede neuroendócrina, uma série de nervos e células glandulares responsáveis por controlar os hormônios do corpo.
Leia também
• Ejacular com frequência reduz o risco de câncer de próstata? Médicos respondem
• Rei Charles III celebra um ano de reinado marcado pelo diagnóstico de câncer e alta na popularidade
Natasha, de 27 anos, moradora da Califórnia, nos EUA, começou a sentir fortes dores nos joelhos em 2019. Ela não estranhou o sintoma a princípio, pois jogava basquete há anos e sofreu uma série de lesões no local ao longo dos anos.
Ao procurar atendimento, foi encaminhada para a fisioterapia. No mês de novembro do mesmo ano, os médicos notaram o crescimento anormal de uma massa no joelho. Depois de uma biópsia, ela finalmente foi submetida a uma ressonância magnética do joelho. Apesar dos resultados terem chegado logo após o teste, o médico de Natasha não a informou sobre eles durante meses.
Câncer abaixo dos 50 anos
O risco de câncer em menores de 50 anos aumentou a cada geração nas últimas três décadas, potencialmente levando ao que pesquisadores classificaram como uma “pandemia de câncer de início precoce” no futuro. A conclusão é de um estudo conduzido por especialistas do Hospital Brigham and Women's, da Universidade Harvard, nos Estados Unidos.
Publicado na revista científica Nature Reviews Clinical Oncology, o trabalho analisou dados de 44 países disponíveis no Observatório Global do Câncer, e constatou que a incidência de 14 tumores – como de mama, colorretal, esôfago, rim, estômago, fígado e pâncreas – passou a crescer de forma considerável em faixas etárias mais jovens desde os anos 1990 em todo o mundo.