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Saúde

Ossos e visão podem ser afetados: o que acontece com o corpo no espaço?

É previsto que Suni Williams e Butch Wilmore cheguem na Terra nesta terça-feira (18)

Astronautas da Suni Williams e Butch Wilmore, que voaram para a Estação Espacial Internacional Astronautas da Suni Williams e Butch Wilmore, que voaram para a Estação Espacial Internacional  - Foto: Nasa

Assim como a gravidade promove mudanças no corpo humano, a falta dela também causa diversas consequências

. Após passarem mais de 9 meses na Estação Espacial Internacional (ou ISS, na sigla em inglês), Suni Williams e Butch Wilmore enfrentaram algumas modificações que serão percebidas quando voltarem à Terra, evento programado para acontecer às 18h57 (horário de Brasília) da tarde desta terça-feira (18).

A dupla permaneceu por mais tempo que o esperado na Estação devido a falhas técnicas na aeronave que os levou até o espaço. Eles farão seu desembarque no estado da Flórida, nos Estados Unidos.

Consequências do tempo no espaço
Sem a gravidade, os músculos e ossos definham. A massa muscular das regiões das costas, pescoço, panturrilhas e quadríceps, que mantém a postura ereta são as mais afetadas, pois não são pouco utilizadas em locais de gravidade zero.

Em apenas duas semanas um astronauta chega a perder 20% dessa massa, podendo chegar a 30% em missões que levam de três a seis meses. Por isso, diariamente os astronautas precisam completar as duas horas de exercícios físicos.

Os ossos são afetados da mesma maneira, pois o esqueleto deixa de ter tensão mecânica, o que pode diminuir a sua força.

No período de seis meses, é possível perder até 10% da massa óssea, com a diminuição de 1 a 2% por mês, aumentando o risco de fraturas e o tempo de recuperação.

De volta ao solo terrestre, a recuperação ao estado normal dos ossos pode levar até quatro anos.

Um estudo feito com o astronauta Scott Kelly mostrou que a velocidade e a precisão do desempenho cognitivo dele diminuíram nos seis meses que seguiram o seu retorno. Isso pode ter acontecido por conta a uma readaptação do cérebro à gravidade. Assim como foram observadas diferenças consideráveis nos níveis de conectividade neural em partes responsáveis pela função motora, orientação e equilíbrio do corpo.

Até mesmo o DNA sofre consequências diretas. Os telômeros (sequências de DNA responsáveis por proteger extremidades dos cromossomos) aumentam em órbita e diminuem após a volta. O que representa algo paradoxal, pois a medida que o ser humano envelhece eles tendem a diminuir naturalmente.

A mesma pesquisa afirma que a pele do astronauta pode apresentar maior sensibilidade e erupções cutâneas nos primeiros seis dias após chegar à Terra.

Além disso, há uma queda nos glóbulos brancos (devido à radiação) e também pode levar a alterações na visão pois a vida no espaço faz com que o sangue se acumule na cabeça de maneira anormal. Existem até mesmo relatos de alterações permanentes na vista, para cosmonautas que passaram muito tempo na gravidade zero.

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