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Otan oferecerá "mensagem clara" à Ucrânia sobre adesão à aliança

Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, afirmou que a Otan definirá durante uma reunião um "caminho" para a entrada da Ucrânia, mas sem estabelecer um calendário preciso

Presidente dos EUA Joe Biden e o secretário-geral da Otan, Jens StoltenbergPresidente dos EUA Joe Biden e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg - Foto: Andrew Caballero-Reynolds/AFP

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) inicia nesta terça-feira (11) em Vilnius uma reunião de cúpula de dois dias que pretende definir um caminho e oferecer uma "mensagem clara" à Ucrânia sobre sua adesão à aliança militar transatlântica.

"Vamos enviar uma mensagem clara, uma mensagem positiva, sobre o caminho que temos pela frente", declarou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.

As demandas da Ucrânia para obter um roteiro definido sobre sua adesão a Otan após o fim da guerra com a Rússia representam o ponto central do encontro de cúpula de líderes da aliança militar na capital da Lituânia.

Alguns minutos antes, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou que a Otan definirá durante uma reunião um "caminho" para a entrada da Ucrânia, mas sem estabelecer um calendário preciso.

Moscou criticou o encontro de Vilnius, a capital lituana, e afirmou que em uma reunião, que o Kremlin acompanha "de perto", tem "um forte caráter anti-Rússia".

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, insistiu com a pressão e criticou a "incerteza e a fraqueza" da Otan a respeito da adesão de seu país.

Ele afirmou que a atitude da aliança reforça o "terrorismo" russo.

Desta maneira, Zelensky elevou o tom, depois de afirmar na segunda-feira que a "Ucrânia merece estar na aliança", antes de admitir que "agora não, porque agora há a guerra".

Apesar das divergências internas sobre o tema, a Otan pretende demonstrar unidade em seu apoio a Kiev.

Os países do leste da aliança pressionaram para que a Ucrânia obtenha um compromisso explícito sobre os prazos de adesão, mas as principais nações da Otan relutam em avançar além da promessa de que a Ucrânia um dia será membro da aliança.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou na semana passada que a adesão da Ucrânia não deve acontecer agora, devido à falta de consenso na aliança e pelos riscos de aceitar um país em guerra.

A Otan, no entanto, parece disposta a oferecer uma alternativa à Ucrânia, com a eliminação de um requisito fundamental, o de completar um programa de reformas para ingressar na aliança.

Um grupo de países da Otan, neste cenário, negocia compromissos de longo prazo para fornecer armas à Ucrânia.

O envio de armamento não atende ao desejo de Zelensky de ter o país sob o guarda-chuva de defesa coletiva da Otan, mas pode garantir a continuidade da resistência à ação russa.

Ao chegar à sede da reunião, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou que o país fornecerá à Ucrânia mísseis SCALP de longo alcance (250 km), capazes de "atacar em profundidade".

O Kremlin não gostou a prometer uma resposta ao anúncio francês, que chamou de "erro".

Ao mesmo tempo, o ministério da Defesa da Alemanha anunciou o envio de uma nova ajuda militar à Ucrânia no valor de 700 milhões de euros (770 milhões de dólares, R$ 3,75 bilhões).

A Alemanha entregará dois lançadores para o sistema de defesa antiaérea Patriot, 40 veículos blindados do tipo Marder e 25 tanques Leopard 1 A5, além de 20 mil projetos de artilharia, informou o ministério.

Sobressalto e alívio
Foi justamente a possibilidade de adesão da Ucrânia à Otan que desencadeou a instabilidade com a Rússia, já que Moscou alegou durante anos que a medida seria considerada uma ameaça existencial para os russos

Além da discussão sobre a Ucrânia, os líderes de Otan devem definir e adotar um novo plano estratégico regional para proteger o bloco de um possível ataque.

Também devemos discutir sobre os polêmicos níveis dos gastos de defesa. A ideia da Otan é transformar a meta de que cada país membro deve investir 2% do PIB em defesa em um objetivo maior, com investimentos de "pelo menos" 2%.

Na véspera da reunião, no entanto, a Otan viveu um sobressalto seguido de um alívio, depois que a Turquia decidiu retirar o veto que havia imposto à adesão da Suécia à aliança militar.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou antes de embarcar para a Lituânia que o país só acabaria com o veto à adesão da Suécia à Otan em caso de avanços no processo de adesão da Turquia à União Europeia (UE).

Desta maneira, a Otan teve que lidar com uma dificuldade inesperada.

Uma reunião de emergência entre Erdogan e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, conseguiu reduzir o estresse. E o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, não escondeu a surpresa ao anunciar o aval turco à candidatura sueca.

Em uma declaração conjunta, a Suécia se comprometeu a apoiar "ativamente" o esforço para revitalizar a candidatura da Turquia de adesão à UE, estagnada há vários anos.

O último obstáculo para a entrada da Suécia na Otan é o veto da Hungria, mas o ministro das Relações Exteriores de Budapeste, Peter Szijarto, disse nesta terça-feira que uma solução para o caso agora é apenas uma "questão técnica".

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