Otan pede que aliados reforcem defesa antiaérea da Ucrânia
No início desta semana, a Rússia lançou uma onda de ataques maciços, com mísseis e drones, contra várias regiões da Ucrânia
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, fez um apelo nesta quarta-feira (12) aos aliados para fortalecer urgentemente a defesa antiaérea da Ucrânia, para que ela possa se defender dos ataques russos.
Stoltenberg fez o chamado pouco antes do início de uma reunião ministerial da Otan sobre como aumentar o apoio logístico à Ucrânia.
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O alto funcionário norueguês disse que a situação atual na Ucrânia "demonstra a necessidade urgente" de fortalecer as capacidades de defesa antiaérea daquele país.
Os aliados da Otan, acrescentou, já fizeram contribuições importantes nesse sentido, "mas ainda precisamos de mais".
"Precisamos de diferentes tipos de defesa antiaérea: sistemas de curto e longo alcance para transportar mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro, drones, sistemas diferentes para diferentes tarefas", explicou.
No início desta semana, a Rússia lançou uma onda de ataques maciços, com mísseis e drones, contra várias regiões da Ucrânia, que, segundo fontes concordantes, causaram inúmeras baixas civis.
Esses ataques da Rússia ocorreram após uma explosão que destruiu parcialmente uma ponte que liga o território russo à península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.
Diante desses ataques, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu ajuda na implantação de um "escudo aéreo" para proteger o país.
"Vamos nos encontrar com o ministro da Defesa ucraniano, [Oleksii] Reznikov, e a mensagem da Otan será que estamos firmes em nosso apoio à Ucrânia, que estamos preparados para o longo prazo e que os apoiaremos enquanto for preciso", garantiu.
"A principal prioridade será mais defesa aérea para a Ucrânia", disse Stoltenberg.
Repor reservas
Os ministros da Defesa dos países da Otan também planejam analisar como "reconstruir as reservas" de armas e munições dos aliados, que foram drasticamente reduzidas como resultado das entregas à Ucrânia.
"É necessário reconstituí-las para garantir nossa defesa e poder continuar apoiando a Ucrânia", disse Stoltenberg.
Entregar grandes quantidades de munição para a Ucrânia "tem sido a coisa certa a fazer, mas é claro que precisamos resolver como reabastecer esses estoques", declarou o chefe da Otan.
"Os aliados forneceram apoio à Ucrânia reduzindo os estoques de munição e armas da Otan", apontou.
Reabastecer os estoques de munição exigirá linhas de contato mais próximas com a indústria de guerra em cada país.
O chefe do Estado-Maior dos Estados Unidos, o general Mark Milley, disse que é uma discussão que inclui "quase 50 países representados, para aumentar a capacidade da Ucrânia de se defender, especialmente contra ataques" russos, tanto aéreos quanto realizados com mísseis.
Uma entrega de sistemas alemães de defesa Iris-T já chegou à Ucrânia, antes mesmo das tropas alemãs.
Por sua vez, os Estados Unidos anunciaram que esperam acelerar a entrega de unidades do sistema antimísseis e antidrones NASAM, possivelmente para a próxima semana.