Otan promete ajudar Ucrânia a enfrentar o inverno
No entanto, a aliança não deve avançar com o pedido de adesão da Ucrânia ao bloco
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, alertou nesta terça-feira (29) que a Rússia pretende usar o inverno como uma "arma de guerra", no início de uma reunião da aliança militar que pretende intensificar a ajuda à Ucrânia para recuperar sua rede elétrica devastada.
Durante a reunião ministerial da Otan na Romênia, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, deve anunciar uma ajuda financeira "substancial" à Ucrânia, país que se prepara para enfrentar o inverno (hemisfério norte) sob a ofensiva russa.
Leia também
• Irã e Iraque prometem cooperar na luta contra "terrorismo"
• Moscou ataca papa por críticas às "cruéis" minorias russas na Ucrânia
• Quatro palestinos mortos e uma mulher ferida em confrontos na Cisjordânia
Uma fonte do governo dos Estados Unidos observou que o governo do presidente Joe Biden reservou US$ 1,1 bilhão para gastos em redes elétricas na Ucrânia e na vizinha Moldávia, que sofre os efeitos da devastação.
Uma feroz campanha de bombardeios de mísseis russos dizimou drasticamente a infraestrutura de energia da Ucrânia e deixou milhões de pessoas no escuro.
Stoltenberg afirmou que "a mensagem de todos nós será que devemos fazer mais" para ajudar a Ucrânia a reparar sua infraestrutura de gás e eletricidade, bem como fornecer defesa aérea para ajudar a Ucrânia a se proteger melhor.
O chefe da Otan disse esperar que a Rússia realize mais ataques à rede elétrica da Ucrânia e alertou que a Europa deveria "estar pronta para mais refugiados".
"A Rússia, na verdade, está falhando no campo de batalha. Em resposta a isso, agora ataca alvos civis (...) porque não pode ganhar território", disse Stoltenberg na abertura da reunião da aliança transatlântica.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, deve se reunir hoje com seus homólogos da Otan para pedir mais armas e assistência para lidar com os ataques russos.
Os ataques às infraestruturas civil e energética "obviamente foram planejados para tentar congelar os ucranianos até que se rendam", disse o ministro das Relações Exteriores britânico, James Cleverly, acrescentando: "Não acho que eles terão sucesso".
"Mantenham a calma e enviem tanques"
Os membros da Otan já enviaram bilhões de dólares em armas e equipamentos - médicos ou de telecomunicações - para a Ucrânia, mas o país pede mais recursos de defesa aérea, tanques e mísseis de longo alcance para repelir as forças russas.
No entanto, está evidente a crescente preocupação com o declínio acentuado e quase esgotamento dos estoques estratégicos, especialmente de munições, em vários países da Otan após os envios para a Ucrânia.
O ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, disse que as exigências aos ministros da Otan eram simples, resumidas no slogan "Mantenham a calma e enviem tanques".
Fontes da Otan insistem que a reunião em Bucareste mostrará a unidade da aliança transatlântica em seu apoio à Ucrânia. No entanto, a aliança não deve avançar com o pedido de adesão da Ucrânia ao bloco.
Stoltenberg insistiu que a "porta está aberta" para novos membros, mas acrescentou que o foco por enquanto é ajudar a Ucrânia contra a ofensiva russa.
Para além da guerra na Ucrânia, os ministros da Otan devem fazer um balanço dos progressos nas adesões da Finlândia e da Suécia, já ratificadas por 28 dos 30 países membros, mas ainda suspensas enquanto se aguarda o sinal verde da Turquia e da Hungria.
Os ministros das Relações Exteriores da Suécia, Finlândia e Turquia se reuniram à margem da reunião, mas o governo turco minimizou as esperanças de um avanço rápido.