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Outra chance de acesso à cidadania

Em um país com defasagens históricas na educação, todo brasileiro conhece algum jovem ou adulto que não concluiu sequer a educação básica.

Ao contrário do partido, Luciano Vasquez esteve ao lado de Raquel Lyra no pleito de CaruaruAo contrário do partido, Luciano Vasquez esteve ao lado de Raquel Lyra no pleito de Caruaru - Foto: Roberto Pereira Jr.

Em um país com defasagens históricas na educação, todo brasileiro conhece algum jovem ou adulto que não concluiu sequer a educação básica. Segundo dados do Governo Federal, 87 milhões de cidadãos e cidadãs se encontram nesta situação. São pessoas com mais de 15 anos que não encerraram sua passagem pela escola – 65 milhões no ensino fundamental e outros 22 milhões que ainda não conseguiram finalizar o ensino médio.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) garante o acesso a cursos gratuitos que ofereçam “oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho” a todos aqueles que não concluíram seus estudos na idade regular. É para atender a essa clientela que foi criada a modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), que oferece a conclusão do ensino fundamental em quatro anos, para quem tem 15 anos ou mais, e do ensino médio em um ano e meio, para quem já completou 18 anos. Aqui em Pernambuco, são mais de 81 mil alunos matriculados em 627 escolas.

O perfil mais comum do estudantes da EJA em Pernambuco é daquele que passou um tempo afastado da escola, normalmente por conta do trabalho. Quando o aluno retorna para a escola regular, geralmente se sente deslocado e não consegue acompanhar a turma regular. O caminho mais natural é a EJA, que possui um ritmo diferenciado, que se adequa mais à menor disponibilidade de tempo de quem trabalha e tem família para cuidar. Afora isso, é cada vez mais premente a necessidade de conclusão do ensino médio para aqueles que se encontram ou buscam um espaço no mercado de trabalho.

Por conta disso, a Educação de Jovens e Adultos possui especificidades próprias e não conta com uma proposta curricular idêntica a do ensino médio. Contudo, as expectativas são as mesmas, buscam garantir que aquilo que é discutido em turmas da EJA seja o mesmo do ensino regular. “O aluno do EJA já vem rico de alguma bagagem. Ele já passou pela escola. Toda vez que a gente aborda algum ponto do currículo, qualquer assunto que seja, é diferente quando você pega um aluno que nunca viu ou ouviu falar do tema e outro que frequentou, passou um tempo afastado, e no dia a dia ele acumulou outros conhecimentos que, de alguma forma, se relacionam ao assunto. Tudo isso a gente tem que levar em consideração. O assunto é o mesmo, mas, a abordagem é diferente”, reforça Verônica Luzia, professora técnica pedagoga da Gerência de Políticas Educacionais de Jovens, Adultos e Idosos da Secretaria de Educação de Pernambuco.

O objetivo principal da EJA difere dos programas de correção de fluxo, como o Travessia, que priorizam acelerar o processo de aprendizado e conclusão. “O motivo da EJA ter uma quantidade menor de anos do que o ensino regular não está na aceleração e sim na concepção de que se trata de um estudante que frequentou a escola antes, e que tem conhecimentos na sua própria vivência. Então o tempo dele é outro. É uma outra perspectiva, bem diferente”, explica Thiago Reis, que também é professor técnico pedagógico da SEE.

FOLHA RESUME
Com 81 mil alunos matriculados em 627 escolas, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) promove o resgate de estudantes que abandonaram as salas de aula e querem retornar para concluir a educação básica. No Brasil, são 87 milhões de pessoas com mais de 15 anos que não conseguiram finalizar o ensino médio. A modalidade de ensino permite a conclusão desta etapa escolar em menos tempo.

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