Outubro Rosa

Outubro Rosa: um alerta para a importância da mamografia

Até agosto deste ano, a Secretaria de Saúde do Recife realizou 14.203 mamografias para diagnosticar possíveis casos de câncer de mama na cidade

Outubro RosaOutubro Rosa - Foto: Alejandro_Munoz/shutterstock

Com a chegada do Outubro Rosa, mês de conscientização do diagnóstico precoce do câncer de mama, a importância da mamografia torna-se ainda mais evidente e acende um alerta para as mulheres realizarem o exame. Até agosto deste ano, a Secretaria de Saúde do Recife realizou 14.203 mamografias para diagnosticar possíveis casos de câncer de mama na cidade. 

Entre os anos de 2011 a 2020, este tipo de neoplasia ocupou o primeiro lugar em internações na capital pernambucana, tendo 8.689 casos de hospitalizações, tanto na rede pública quanto na privada. 

Neste mesmo período, ocorreram 10.761 óbitos por câncer em mulheres, destes 18,8% foram mortes causadas pelo câncer de mama (2.025 óbitos). 

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2022, é estimado que cerca de 66.280 novos casos de câncer de mama devem ser diagnosticados em todo o Brasil. No País, o câncer de mama é o tipo de câncer mais incidente em mulheres de todas as regiões, após o câncer de pele não melanoma. 

De acordo com Débora Gagliato, médica especialista em câncer de mama do Centro de Oncologia e Hematologia da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, é comum pacientes que não têm nenhum fator de risco desenvolverem a doença

“O câncer de mama é um tumor muito comum, a prevalência é que 12% das mulheres são diagnosticadas com câncer de mama ao longo da vida. Claro que vamos falar sobre os fatores de risco, mas é muito comum a paciente que se apresenta no consultório não ter nenhum fator de risco, não ter nenhuma predisposição hereditária e ter o diagnóstico. cada vez mais nós vamos encontrar pacientes jovens que não tem prole constituída com esse diagnóstico”, explicou.  

Ainda segundo a médica, a mortalidade do câncer de mama vem reduzindo ao longo dos anos, fruto, principalmente, dos tratamentos sistêmicos e do diagnóstico precoce

“Nós temos medicações muito potentes e cada vez mais potentes que têm mudado a mortalidade dessa doença. Em 2022 nunca se curou tantas pacientes com câncer de mama e nunca se viu uma taxa de mortalidade tão baixa. Fruto, claro, do diagnóstico precoce, de você fazer a mamografia, mas também dos tratamentos sistêmicos que promoveram uma melhora substancial no prognóstico das pacientes”, destacou.

Importância da mamografia 

Muitas mulheres acreditam que o autoexame é suficiente para a detecção de algum nódulo que possa indicar a presença do câncer de mama, porém, algumas anomalias não são detectadas apenas com o toque. Com o exame de mamografia, é possível a detecção do nódulo, mesmo que ainda não seja palpável e esteja no estágio inicial. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o autoexame é indicado como autoconhecimento em relação ao próprio corpo, mas não deve substituir os exames realizados ou prescritos pelo médico.

O INCA indica que a mamografia deve ser feita a cada dois anos, a partir dos 50 anos, caso não seja encontrada nenhuma alteração. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) afirma que as mamografias devem começar a partir dos 40 anos de idade. 

Sinais e fatores de risco 

Segundo o médico ginecologista e obstetra pela Santa Casa/SP, Carlos Moraes, os principais sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama são: caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas).

Além disso, o médico afirma que os três principais fatores de risco são os comportamentais/ambientais, como obesidade, sobrepeso e consumo excessivo de bebida alcoólica; aspectos da vida reprodutiva/hormonais, como a primeira menstruação antes dos 12 anos e ter a primeira gravidez após os 30 anos, e hereditários/genéticos, como histórico familiar de câncer de ovário, de câncer de mama em mulheres, principalmente antes dos 50 anos, e caso de câncer de mama em homem.

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