Ozempic: quase metade dos adolescentes tratados com o remédio deixaram de ser clinicamente obesos
7 em cada 10 jovens ainda tiveram uma melhora de pelo menos uma categoria de IMC
Um estudo realizado pelo Centro de Medicina Pediátrica da Obesidade, da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, revelou que quase metade dos adolescentes classificados clinicamente como obesos perderam peso suficientes para sair dessa classificação usando Ozempic.
O estudo, liderado por Aaron Kelly, co-diretor do Centro de Medicina, analisou 201 adolescentes, sendo que 134 com idades entre 12 e 18 anos receberam 2,4 mg de semaglutida por semana durante 68 semanas e aconselhamento sobre estilo de vida saudável, enquanto 67 jovens receberam um placebo durante o mesmo período de tempo.
A semaglutida, que pode ser vendida sob a marca Ozempic, é um medicamento tradicionalmente usado para tratar diabetes tipo 2 suprimindo o apetite, mas que recentemente também está sendo usado para perder peso.
O relatório concluiu que a administração de semaglutida uma vez por semana deu resultados “sem precedentes históricos” e trouxe “melhorias clinicamente significativas”.
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12% dos adolescentes que tomavam o placebo conseguiram perder peso suficiente para não serem mais classificados como clinicamente obesos, porém, este número foi muito superior para aqueles que receberam a semaglutida — quase 45 % deles foram capazes de cair abaixo da definição clínica de obesidade.
No final do estudo, quase três quartos (74%) dos que receberam semaglutida tiveram uma melhora de pelo menos uma categoria de IMC, em comparação com pouco menos de um quinto (19%) no placebo.
“Em um sentido prático, vemos que a semaglutida reduziu o peso a um nível abaixo do que é definido como obesidade clínica em quase 50% dos adolescentes em nosso estudo, o que é historicamente sem precedentes com outros tratamentos além da cirurgia bariátrica. Esses resultados ressaltam o alto grau de eficácia clínica da semaglutida em adolescentes com obesidade”, concluiu o relatório.
Em entrevista, Aaron Kelly disse que, apesar do medicamento ser transformador e ter tido bons resultados, ela não é uma solução rápida e que precisa ser administrada com acompanhamento médico e em conjunto com terapias de estilo de vida e outras medidas anti-obesidade.
“Uma pergunta que me fazem muito é: 'Isso vai resolver o problema da obesidade; devemos dar isso a todos?' Não vai resolver o problema da obesidade, mas é uma peça importante do quebra-cabeça para ajudar a resolvê-lo, especialmente para quem já tem obesidade”, disse o diretor.
A droga ganhou o apoio de celebridades no Brasil como Jojo Todynho e do presidente Lula, além de se tornar viral no TikTok com inúmeras pessoas relatando os efeitos colaterais e o dia a dia com o medicamento.