Ozempic: sucesso faz explodir falsificações do remédio para obesidade em vários países
Agência Europeia do Medicamento (EMA) alertou que medicamentos falsificados estão circulando pela Europa
A Agência Europeia do Medicamento (EMA) alertou nesta quarta-feira, em comunicado, para a circulação de injeções falsificadas do medicamento Ozempic, indicado para tratar a diabetes e cuja procura disparou nos últimos meses devido à sua grande capacidade de perder peso.
As unidades fraudulentas, todas etiquetadas em alemão, foram identificadas em vários países que a agência não especifica e importadas em todos os casos através de canais legais de "distribuidores na Alemanha e na Áustria".
"Canetas falsamente rotuladas como medicamento para diabetes Ozempic (semaglutida, 1 mg, solução injetável) foram identificadas em empresas atacadistas na UE e no Reino Unido", afirma o comunicado da EMA.
Foi a descoberta de unidades falsas no circuito legal de distribuição de medicamentos que fez disparar todos os alarmes entre os responsáveis da EMA.
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"As injeções possuem números de lote, códigos de barras 2D e números de série exclusivos das embalagens Ozempic originais. Na União Europeia (UE), cada embalagem de medicamentos tem um código de barras 2D único e um número de série para que possa ser rastreado num sistema eletrônico em todos os países da UE. Quando as embalagens falsificadas do Ozempic foram escaneadas, constatou-se que os números de série estavam inativos, o que alertou as operadoras sobre a possível falsificação", explicou a agência.
Não há provas de danos "aos pacientes em relação ao medicamento contrafeito", explicaram os responsáveis da EMA, que continuam a investigar o caso juntamente com as autoridades nacionais dos países envolvidos e as respectivas forças policiais.
"Além disso, os distribuidores paralelos em toda a UE foram alertados", afirma o comunicado.
Um porta-voz da Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos de Saúde (AEMPS) explica que Espanha não está entre os países que provocaram o alerta.
"Não notamos aumento nas ofertas de venda do medicamento em canais informais, como a Internet, nem foram identificadas unidades suspeitas em canais formais", especificam estas fontes.
As autoridades reguladoras alemãs e austríacas, por outro lado, tomaram medidas contra os envolvidos por "não cumprimento das boas práticas de distribuição e por não seguirem os procedimentos exigidos, incluindo o cumprimento das medidas de segurança", explicou a EMA.
A detecção de medicamentos falsificados em canais legais representa um salto qualitativo em comparação com alertas anteriores que se centravam nas vendas pela Internet.
O último deles foi lançado na última quinta-feira pela Novo Nordisk, maior empresa europeia em capitalização e fabricante do Ozempic e de outro medicamento com mesmo princípio ativo indicado para perda de peso, o Wegovy.
"A Novo Nordisk registou um aumento significativo nas vendas online ilegais", alertou a empresa num comunicado, no qual garantiu que "todos os casos de contrafação são investigados e comunicados às autoridades de acordo com os regulamentos aplicáveis".
A enorme procura de Ozempic provocou uma escassez do medicamento, o que fez com que as tentativas de obtenção de unidades por qualquer meio aumentassem ainda mais, reconhecem as autoridades europeias do medicamento.
Recomendam que os pacientes "consultem o folheto informativo do Ozempic para saber como devem ser as canetas originais do medicamento" e em nenhuma circunstância as utilizem se "suspeitarem que são contrafeitas, pois isso pode ter consequências graves para a saúde".
Caso seja verificado que a injeção não apresenta as características do medicamento original, a EMA