ESTADOS UNIDOS

Pai de atirador de Trump ligou para a polícia para falar do filho antes do atentado, diz imprensa

Thomas Crooks fez múltiplos disparos com uma AR-15 na direção do ex-presidente e foi morto pelo Serviço Secreto

Atirador em telhado próximo ao comício de Donald Trump Atirador em telhado próximo ao comício de Donald Trump  - Foto: Reprodução/TMZ

O pai de Thomas Matthew Crooks, o jovem de 20 anos que tentou assassinar o ex-presidente Donald Trump, ligou para a polícia antes do atentado porque estava preocupado com o filho, reportaram veículos de imprensa dos Estados Unidos.

Uma fonte policial contou à rede CBS que Matthew Crooks acionou as autoridades por não saber o paradeiro do parente.

Não está claro quando a ligação foi feita, mas foi antes de Thomas Matthew Crooks abrir fogo na direção de Trump. Segundo a Fox News, os pais do atirador afirmaram às autoridades "que estavam preocupados" porque o filho "havia desaparecido" sem qualquer aviso prévio. O FBI confirmou que Matthew e Mary Crooks estão colaborando com as investigações do caso.

De acordo com a BBC, a ligação é uma "das várias bandeiras vermelhas reveladas nos últimos dias" e que "as autoridades foram notificadas antes" do atentado contra Trump, no último sábado. O candidato republicano à Casa Branca foi retirado às pressas do palco por agentes do Serviço Secreto enquanto discursava em um comício eleitoral em Butler, na Pensilvânia, com um ferimento na orelha.

 

Uma análise, de fotos e vídeos, feita pelo jornal The New York Times também apontou que policiais do Serviço Secreto viram Crooks próximo ao palco 20 minutos antes do atentado.

O jornal americano analisou vídeos e fotos feitos pelos apoiadores do candidato à Presidência dos Estados Unidos, além do áudio do comício e constatou que a polícia foi alertada sobre o atentado poucos minutos antes do episódio. Uma testemunha, identificada como Greg Smith, chegou a falar com a BBC News que alertou os agentes sobre Crooks ter subido no telhado de um prédio com uma arma.

Nas imagens analisadas, é possível ver que duas equipes de atiradores do Serviço Secreto estão posicionadas no topo de dois galpões, próximo de onde Trump fazia seu discurso. Além disso, também há uma equipe no palco. Para as áreas mais distantes, policiais estaduais e locais ficaram responsáveis pela segurança e carros de polícia também são vistos ao redor.

Uma outra filmagem também mostra o suposto atirador andando pelo local poucas horas antes do atentado contra o ex-presidente dos Estados Unidos. "Um responsável local pela aplicação da lei disse ao The Times que cerca de 20 minutos antes de Trump começar a falar, um policial tirou uma foto do homem que estava agindo de forma suspeita. O oficial circula a foto com outros oficiais, mas perde o rastro do suspeito", explicou o jornal.

Às 18h05, Trump começou seu discurso aos apoiadores da Pensilvânia, e seis minutos depois, os tiros são ouvidos. Anteriormente, dois minutos antes do magnata ser atingido, os apoiadores apontaram para um homem rastejando em cima de um edifício próximo à área do ataque. "Temos criminosos, temos criminosos no telhado", gritaram algumas das testemunhas.

Enquanto alguns apoiadores de Trump gritavam para alertar sobre o homem, um policial foi visto caminhando ao lado do prédio que ele estava. Neste mesmo momento, é possível perceber que os atiradores que faziam a segurança do evento de cima do galpão — e bem próximo ao candidato à Presidência — se viram e olham para o prédio.

De acordo com uma autoridade local ouvida pela imprensa, um policial é acionado para verificar o telhado, mas cai quando o atirador mira no agente. Segundo antes de Crooks abrir fogo, as pessoas que estavam no perímetro do comício veem que ele está segurando uma arma e começam a correr, nesse mesmo momento, agentes que faziam a segurança e estavam em cima do galpão pegam a arma, e então os tiros começam.

Os vídeos analisados mostram que as primeiras balas atingem as arquibancadas à direita do palco. Nesse momento, Trump fica ferido, se abaixa e é protegido pelo Serviço Secreto. Segundos depois, o franco-atirador é baleado. Após uma breve pausa, o republicano se levantou, cercado por agentes e com a orelha sangrando, ergueu o punho para a multidão e foi levado às pressas para sua comitiva, que deixou rapidamente o local.

Além de Trump, outras três pessoas foram baleadas durante o ataque, entre elas o apoiador do ex-presidente Corey Comperatore, que morreu com os disparos. Segundo o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, ele era bombeiro e estava com a esposa e suas duas filhas no comício. Ele foi morto enquanto abraçava a família para protegê-la dos tiros.

As outras duas vítimas deram entrada no hospital em estado grave: David Dutch, de 57 anos, e James Copenhaver, de 74 anos, ambos da Pensilvânia. Segundo as autoridades locais, eles já estão estáveis.

48 horas antes do atentado
Nas 48 horas antes de atirar contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Thomas Crooks fez uma série de paradas em sua cidade natal, no subúrbio de Pittsburgh, e nos arredores.

De acordo com funcionários citados pela rede americana CNN, na sexta-feira, Crooks foi a um campo de tiro do qual era membro e praticou disparos. Na manhã seguinte, foi a uma loja da varejista Home Depot, onde comprou uma escada de 1,5 metro, e a uma loja de armas, onde comprou 50 cartuchos de munição, acrescentou a fonte.

Em seguida, dirigiu seu Hyundai Sonata por cerca de uma hora para o norte, juntando-se a milhares de pessoas de toda a região que foram ao comício de Trump em Butler, na Pensilvânia. Ele estacionou o carro do lado de fora do evento, com um dispositivo explosivo improvisado escondido no porta-malas que estava conectado a um transmissor que ele carregava, disse a autoridade. Depois, segundo os investigadores, ele usou sua escada recém-comprada para escalar um prédio próximo e abriu fogo contra o ex-presidente antes de ser morto pela polícia.

No entanto, os motivos que levaram Crooks — um jovem discreto sem histórico criminal ou crenças políticas fortes conhecidas — a tentar assassinar Trump permanecem um mistério, mesmo depois que o FBI obteve acesso ao seu celular na segunda-feira e começou a analisar seu conteúdo em busca de pistas.

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