Países andinos criam "rede de segurança" permanente diante da crise das drogas no Equador
Iniciativa começará a valer já no primeiro trimestre deste ano
Bolívia, Colômbia, Equador e Peru criarão a primeira “rede andina de segurança” contra o crime organizado, diante da grave crise que eclodiu em território equatoriano devido à violência do narcotráfico. O anúncio foi feito neste domingo, no fim de uma reunião extraordinária de ministros em Lima, capital peruana.
A rede garantirá “atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, para fornecer e receber informações e/ou solicitar informações de outros países (…) sobre a atividade de grupos criminosos que têm, ou poderiam ter operações transnacionais", indica o compromisso assinado pela Comunidade Andina de Nações (CAN).
O referido órgão de informação e inteligência “iniciará as suas operações a partir do primeiro trimestre do corrente ano”, acrescenta o texto.
A ministra das Relações Exteriores do Equador, Gabriela Sommerfeld, saudou o acordo, destacando que ele combate o “medo” que tomou conta dos países na luta contra o crime organizado.
“Fizemos história, escrevemos um novo capítulo na CAN”, disse, exultante, a chefe da diplomacia equatoriana.
“O medo paralisa os países. Vimos que o medo da sociedade civil paralisou o Equador, paralisou os investimentos, aumentou o desemprego e a migração”, comentou.
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Mergulhado na sua pior crise de segurança, com centenas de mortes, motins em prisões e ataques explosivos, o Equador enfrentou recentemente o desafio da violência desencadeada por cerca de vinte grupos de tráfico de drogas.
O governo do presidente Daniel Noboa declarou guerra aberta a essas organizações e mobilizou forças militares para conter o ataque dos grupos criminosos.
Como resultado, Peru e Colômbia reforçaram a vigilância em suas fronteiras com o Equador, para evitar a eventual entrada de membros de gangues que tentavam fugir da perseguição militar e policial.