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ACIDENTE

Países Baixos prometem seguir buscando justiça dez anos depois da derrubada do voo MH17 na Ucrânia

Uma cerimônia foi realizada em um parque memorial próximo ao aeroporto de Schiphol, de onde o voo decolou em 17 de julho de 2014

Um morador local está entre os destroços no local da queda da aeronave MH17 da Malaysia Airlines, transportando 298 pessoas de Amsterdã para Kuala Lumpur, em Grabove, no leste da UcrâniaUm morador local está entre os destroços no local da queda da aeronave MH17 da Malaysia Airlines, transportando 298 pessoas de Amsterdã para Kuala Lumpur, em Grabove, no leste da Ucrânia - Foto: Alexander Khudoteply / AFP

O primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, prometeu nesta quarta-feira (17) continuar buscando justiça para as vítimas da derrubada do voo MH17 da Malaysia Airlines na Ucrânia, quando se completa dez anos da tragédia e apesar das poucas esperanças de que os responsáveis terminem atrás das grades.

Até agora, a Rússia recusou-se a extraditar três homens condenados por um tribunal holandês pelo seu papel na queda do avião. No ano passado, investigadores internacionais suspenderam o seu trabalho porque não tinham provas suficientes para processar mais suspeitos.

"Continuamos unidos na nossa luta por justiça. É isso que nos move", disse Schoof em uma cerimônia nesta quarta-feira na presença de centenas de familiares das vítimas e funcionários do governo.

A cerimônia foi realizada em um parque memorial próximo ao aeroporto de Schiphol, de onde o voo decolou em 17 de julho de 2014.

Horas depois, o avião, um Boeing 777 com destino a Kuala Lumpur, capital da Malásia, foi derrubado por um míssil terra-ar BUK de fabricação russa enquanto sobrevoava o leste da Ucrânia, então nas mãos de separatistas russos. Todas as 298 pessoas a bordo morreram.

"Todos sabem que uma condenação não é o mesmo que alguém atrás das grades", disse Schoof, afirmando que "a justiça exige que estejamos preparados para o longo prazo".

"E estamos. Temos tempo, paciência e perseverança. Essa é a minha mensagem aos culpados e a minha promessa às famílias", disse ele durante a cerimônia, transmitida ao vivo pela televisão nacional.

Em novembro de 2022, um tribunal holandês condenou três homens à revelia pelo seu papel na derrubada do avião.

Segundo os juízes, os russos Igor Guirkin e Sergei Dubinsky e o ucraniano Leonid Kharchenko transportaram o míssil BUK de uma base militar na Rússia e o posicionaram no local de lançamento, embora não tenham sido eles que o lançaram.

Nenhum dos suspeitos participou do julgamento ou reconheceu seu papel no incidente.Um quarto homem, Oleg Pulatov, foi absolvido.

Bandeiras a meio mastro 
Evert van Zijtveld, que perdeu a filha Frederique, de 19 anos, o filho Robert-Jan, de 18, e os sogros, disse à AFP que não acredita que "os responsáveis cumprirão as suas penas".

Mas outros, como Driekske Bakker, de 71, que perdeu o irmão e a cunhada, disse ter "sentimentos confusos". "Estou feliz que pelo menos tenha havido um julgamento e eles não possam deixar a Rússia (…) eles não estão completamente livres", afirmou.

Entre as vítimas estão 196 holandeses, 43 malaios e 38 australianos. Seus nomes foram lidos por seus familiares na cerimônia.

Em várias partes dos Países Baixos, bandeiras foram hasteadas a meio mastro e o aeroporto de Schiphol fechou uma pista próxima em sinal de respeito.

No Parlamento de Camberra, na Austrália, também foi realizada uma cerimônia em homenagem às vítimas.

A Austrália "não cederá nos seus esforços para responsabilizar a Rússia", disse a ministra das Relações Exteriores, Penny Wong, a familiares e dignitários.

A União Europeia pediu na terça-feira à Rússia que "aceite a sua responsabilidade por esta tragédia e coopere plenamente a serviço da justiça".

De acordo com o representante da política externa da UE, Josep Borrell, as provas apresentadas durante o julgamento do MH17 "deixam muito claro que o sistema de mísseis terra-ar BUK usado para derrubar o voo MH17 pertencia sem dúvida às forças armadas da Federação Russa".

Até agora, Moscou recusou-se a extraditar os suspeitos, argumentando que isso é ilegal segundo a legislação russa. A embaixada russa em Haia negou novamente qualquer envolvimento de Moscou e culpou as autoridades ucranianas.

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