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Clima

Países em desenvolvimento podem reduzir 70% das emissões com pouco investimento, diz Banco Mundial

Cerca de 20 países representam 34% das emissões mundiais de gases de efeito estufa

Sede do Banco Mundial, em Washington (EUA)Sede do Banco Mundial, em Washington (EUA) - Foto: Daniel Slim/AFP

Os países em desenvolvimento podem reduzir as emissões em 70% até 2050, investindo 1,4% do PIB ao ano, segundo um relatório do Banco Mundial divulgado nesta quinta-feira (3), segundo o qual uma transição verde faria o PIB da Argentina crescer 2,7% e o do Peru, 2%, até 2030.

O informe destaca que os países de renda alta têm maior responsabilidade nas emissões de gases de efeito estufa, razão pela qual "devem liderar o caminho com uma descarbonização mais profunda e rápida, assim como um maior apoio financeiro aos países de baixa renda".

As necessidades de investimento variam e no caso dos países pobres são "consideravelmente mais altas" e com frequência superam 5% do PIB.

A publicação do relatório ocorre na antevéspera da reunião de quase 200 países na Conferência do Clima da ONU, a COP27, no Egito, durante a qual será debatida a necessidade premente de recursos para ajudar os países com menos recursos a se adaptarem ao aquecimento global.

Os países vão precisar de reformas para realocar recursos públicos escassos e mobilizar capital privado, assim como maior apoio financeiro da comunidade internacional.

"A conquista dos objetivos climáticos e de desenvolvimento devem andar de mãos dadas", afirmou o presidente do Banco Mundial, David Malpass, citado em um comunicado.

"A ação climática é um bem público global chave, que requer um financiamento adicional importante da comunidade mundial", acrescentou.

O informe compila os resultados dos estudos realizados por cerca de 20 países que representam 34% das emissões mundiais de gases de efeito estufa, entre eles China, Egito, Chade, Malauí, Iraque, Paquistão, África do Sul, Argentina e Peru.

O PIB da Argentina poderia aumentar 2,7% até 2030 "se forem realizados investimentos em infraestrutura hídrica para evitar cenários de escassez e dificuldades no acesso à água", destaca.

Também recomenda implementar técnicas para reduzir o desmatamento e impulsionar a competitividade agrícola.

"Se a Argentina não tomar medidas para reduzir as emissões do setor agropecuário, 4% de suas exportações poderiam ser afetadas pelas regulações climáticas de outros países", adverte.

O principal parceiro do Brasil no Mercosul já sofre as consequências: as inundações provocam perdas anuais de até 1,4 bilhão de dólares em ativos e cerca de US$ 4 bilhões em perdas em bem-estar. E "até 2050 poderia perder até 4% do PIB devido às secas".

No caso do Peru, a ação climática pode aumentar o PIB em 2% até 2030 e em 10% até 2050 e criar milhões de empregos, prevê o informe.

O país pode se beneficiar de políticas de descarbonização, aproveitando suas florestas, sua geração de eletricidade limpa (mais de 60% de fontes renováveis), suas terras férteis e seus recursos em cobre.

Segundo o informe, os desastres naturais causam ao Peru, em média, perdas anuais de 2% do PIB e perdas de bem-estar equivalentes a 5,2% do PIB.

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