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PROJETO

Panamá propõe criar 'Canal Seco' para movimentação de cargas; entenda

Iniciativa seria alternativa para o tradicional canal interoceânico, que movimenta 6% do comércio marítimo mundial, mas reduziu trânsito de navios devido à seca causada pelo El Niño

Canal do PanamáCanal do Panamá - Foto: Martin Bernetti/AFP

O Panamá apresentou nesta quarta-feira (10) o projeto de criação de um “Canal Seco Multimodal” para movimentar cargas entre os oceanos Pacífico e Atlântico, dada a falta de água que o obrigou a reduzir a travessia de navios pelo seu centenário canal marítimo.

O Canal Seco, que complementará o Canal do Panamá, não necessita de investimentos, pois funcionará através da articulação da rede existente de estradas, ferrovias, instalações portuárias, aeroportos e zonas francas, em uma nova “jurisdição aduaneira especial”, explicou Rodolfo Samuda, diretor de Assuntos Logísticos do Ministério da Presidência, na apresentação do projeto.

O decreto que cria a nova jurisdição aduaneira já foi promulgado pelo presidente panamenho, Laurentino Cortizo, e reduz os procedimentos no transporte terrestre de cargas através do istmo.

“Hoje queremos divulgar [...] o esforço do governo nacional para complementar o Canal do Panamá com a implantação do Canal Seco”, disse o diretor do Instituto Estadual de Planejamento do Desenvolvimento, Guillermo Salazar.

O Canal Seco foi promovido pelo governo panamenho depois que o canal interoceânico, que movimenta 6% do comércio marítimo mundial, reduziu o trânsito de navios no ano passado devido à seca causada pelo fenômeno El Niño.

Agora circulam 27 navios por dia, em vez dos 39 que cruzavam antes. O Canal de 80 km de extensão também reduziu o calado dos navios para 44 pés (13,4 metros), dois a menos do que o permitido anteriormente. Ao contrário do Canal de Suez, o canal do Panamá funciona com água doce proveniente de chuvas tropicais antes abundantes, que são armazenadas em dois lagos artificiais.

O canal possui um sistema de eclusas para elevar e abaixar os navios à medida que passam pelo istmo. Através da travessia de cada navio são despejados no mar 200 milhões de litros de água doce. O projeto do Canal Seco foi apresentado esta quarta-feira ao corpo diplomático e a representantes de organismos internacionais no anfiteatro do Itamaraty do Panamá.

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