Logo Folha de Pernambuco

Coronavírus

Pandemia mantém ritmo na América Latina, onde o Peru terá novo toque de recolher

A América Latina registra mais de 5,7 milhões de casos e mais de 226.000 óbitos por Covid-19

Hospital no Peru para atender pacientes com Covid-19Hospital no Peru para atender pacientes com Covid-19 - Foto: Ernesto Benavides/AFP

O firme avanço da pandemia na América Latina, a região mais afetada do mundo pela Covid-19, coloca em dúvida a reabertura das atividades em vários países para aliviar o grave impacto econômico provocado pela crise de saúde, ao mesmo tempo que obriga algumas nações, como o Peru, a retomar as restrições.

Em um momento em que a América Latina registra mais de 5,7 milhões de casos e mais de 226.000 óbitos por Covid-19, o presidente do Peru, Martín Vizcarra, anunciou o retorno do toque de recolher dominical e a proibição de reuniões sociais ou familiares.

Com 653 falecimentos por milhão de habitantes, o Peru (32,9 milhões de habitantes) é o país latino-americano mais atingido pela pandemia em números proporcionais. Em números absolutos (489.600 casos e 21.500 óbitos) é o terceiro país mais afetado, atrás de Brasil e México. A partir de domingo retorna a "imobilização obrigatória a nível nacional", declarou Vizcarra ao anunciar as medidas, seis semanas após o início da flexibilização gradual.

Argentina e México produzirão vacinas
Neste contexto, a notícia de que Argentina e México serão responsáveis pela produção e distribuição de uma futura vacina contra a Covid-19 na América Latina é uma luz de esperança no combate à pandemia. A produção latino-americana foi anunciada na quarta-feira pelo presidente argentino, Alberto Fernández.

Argentina e México produzirão milhões de doses para a região, exceto o Brasil - que tem um acordo separado -, da futura vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela aliança da Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca, que devem estar disponíveis no primeiro semestre de 2021.

A vacina será "distribuída equitativamente entre os países a pedido dos governos", afirmou o presidente argentino. Fernández advertiu, no entanto, que o anúncio "é um grande alívio para o futuro, mas não é uma solução para o presente".

Os primeiros testes clínicos da vacina da AstraZeneca mostraram uma forte resposta imunológica e segurança para os pacientes, mas a eficácia ainda precisa ser estabelecida em um ensaio de fase 3, com um número muito maior de participantes, antes de se considerar sua comercialização em larga escala.

Desde terça-feira o mundo reflete com ceticismo e prudência ao anúncio da Rússia sobre o desenvolvimento da primeira vacina "eficaz" contra o coronavírus, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recordou que a "pré-qualificação" e a homologação de uma vacina exigem um procedimento "rigoroso".

Santiago, cinco meses confinada 
A Argentina superou a marca dos 5.000 óbitos por Covid-19, após registrar 125 mortes na quarta-feira, de acordo com o ministério da Saúde. O país soma 5.213 óbitos desde 7 de março e 268,561 contágios em uma população de 44 milhões de habitantes, parte da qual continua confinada na Área Metropolitana de Buenos Aires

No Brasil, que registra a maioria dos contágios da região, com quase 3,2 milhões, e mais de 104.000 mortes, João Dória, governador de São Paulo, anunciou que contraiu a doença. "Acabei de receber o meu sexto teste da Covid-19 e este infelizmente foi positivo. Eu estou com coronavírus absolutamente assintomático, me sinto bem, vou para minha casa, e vou seguir o protocolo médico de isolamento durante os próximos 10 dias", disse o governador, um grande crítico do presidente Jair Bolsonaro, a quem acusa de minimizar a gravidade da pandemia.

Em Santiago, outra cidade onde seguem ativas umas das quarentenas mais longas do mundo, com quase cinco meses de duração, o isolamento será suspenso na próxima segunda-feira. As autoridades registraram uma melhora nos índices de contágios. A partir de segunda-feira, a zona central da capital chilena se somará a outras seis que já saíram da quarentena e entraram na chamada "fase de transição", prévia à suspensão completa do confinamento.

Quase 750.000 mortes 
A pandemia contaminou 20,6 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais quase 750.000 faleceram, de acordo com um balanço da AFP com base em dados oficiais. Os Estados Unidos permanecem como o país mais atingido pela pandemia, com 164.000 mortos e cinco milhões de casos.

A Nova Zelândia planeja prolongar o confinamento de três dias em vigor atualmente na maior cidade do país, Auckland, após a detecção de um novo foco de infecção de coronavírus de 17 casos. A descoberta dos casos encerrou um período de 102 dias sem contaminação na Nova Zelândia. A ordem de confinamento em Auckland expira na sexta-feira à meia-noite.

O ministério grego da Migração informou nesta quinta-feira um primeiro caso do novo coronavírus em um dos campos de migrantes em uma ilha da Grécia. 

As autoridades chinesas anunciaram que detectaram o coronavírus responsável pela Covid-19 em um controle de rotina de frango importado do Brasil, o maior produtor mundial, e pela segunda vez em camarões procedentes do Equador.

O vírus estava presente em mostras coletadas na terça-feira de asas de frango congeladas brasileiras, informou em um comunicado a prefeitura de Shenzhen (sul), perto de Hong Kong. As autoridades informaram que submeteram imediatamente a exames de diagnóstico as pessoas que tiveram contato com os produtos contaminados, assim como seus parentes. Todos os testes apresentaram resultado negativo, segundo o comunicado.

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter